A ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou ontem, no Parlamento, que 51% das vacinas contra a gripe A já foram administradas e que está a ser estudada a possibilidade de vacinar as crianças com mais de dois anos e, depois, os jovens .
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"A campanha de vacinação está a decorrer com os sobressaltos que são de todos conhecidos, mas pensamos que há progressivamente uma maior adesão à vacina", afirmou Ana Jorge na Comissão Parlamentar da Saúde (ler mais noticiário na página 8).
Para a ministra, esta taxa de vacinação significa "um esforço muito grande que os serviços fizeram para captar pessoas".
À margem da audição, Ana Jorge apelou mais uma vez à vacinação e revelou que o Ministério da Saúde recebeu ontem do Colégio de Obstetrícia e Ginecologia da Ordem dos Médicos uma informação a sublinhar a necessidade e a segurança de todas as grávidas serem vacinadas no segundo e terceiro trimestre. A ministra avançou ainda que estão a ser estudados novos grupos para vacinação devido ao facto de só ser necessária uma dose da vacina e não duas como estava inicialmente previsto. "Estamos com o grupo técnico a estudar qual é o grupo que pode vir a ser vacinado", adiantou, acrescentando que podem ser as crianças e os jovens (actualmente estão a ser vacinadas até aos dois anos)
O deputado do BE João Semedo questionou a ministra sobre o destino que será dado às doses de vacinas que sobram, uma vez que está prevista a vacinação de três milhões de portugueses e que inicialmente eram necessárias duas doses.
Ana Jorge adiantou que há várias medidas que estão a ser estudadas, nomeadamente o alargamento da vacinação a crianças e jovens, serem postas no mercado ou ainda a possibilidade de serem fornecidas a países carenciados.
Também ontem, o Infarmed revelou que, entre 30 de Novembro e 6 de Dezembro, foram notificadas 16 suspeitas de reacções adversas à vacina da Gripe A. Oito foram consideradas graves. Desde o início da campanha de vacinação foram já recebidas 79 notificações.
Durante a semana passada não foram registadas notificações relativas a morte, risco de vida, anomalias congénitas e hospitalização. O último boletim do Infarmed - que promete continuar a monitorizar as suspeitas de reacções adversas - informa que as reacções mais reportadas são febres e dores musculares e articulares.