Em 2022 houve menos dádivas e dadores e este ano segue a mesma linha, numa tendência que se agrava na última década. Reservas recuperaram na semana passada, mas regresso de férias exige esforço.
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A recuperação de dadores e dádivas de sangue em 2021, impulsionada pelos jovens, foi sol de pouca dura. No ano passado, dádivas e dadores voltaram a diminuir, numa tendência que se vem agravando na última década. Os dadores estão mais velhos, estão a dar menos vezes e há mais suspensões temporárias devido ao retomar das viagens. E 2023 parece seguir o mesmo caminho. A campanha da semana passada permitiu recuperar as reservas, mas a presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), Maria Antónia Escoval, lembra que é preciso sangue todos os dias e ainda mais neste regresso de férias, quando se espera um retomar da atividade assistencial dos hospitais.
Em termos de doações, 2022 teve o segundo pior registo desde 2012, depois do ano mais crítico da pandemia em termos de acesso aos serviços de saúde (2020). No ano passado, 203.287 pessoas deram sangue, menos 801 do que no ano anterior. Os gestos benévolos resultaram em 306.796 dádivas, menos 3931 do que em 2022, revela o último relatório de Atividade Transfusional e Sistema Português de Hemovigilância do IPST (ver infografia abaixo). O número de dadores pela primeira vez também baixou face a 2021, mas ficou acima do período pré-pandemia.