Grupo de peregrinos percorreu 256 quilómetros em sete dias. A paz do caminho "superou a dor".
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Após ter percorrido 246 quilómetros a pé rumo a Fátima, com um grupo de amigos, Manuela Martins, 58 anos, move-se com uma energia contagiante. À funcionária da Conservatória do Registo Civil de Santo Tirso faltavam apenas 10 quilómetros para cumprir a promessa que fez a Nossa Senhora de Fátima, se o marido se salvasse. Esteve 18 dias em coma induzido no Hospital de S. João, devido à covid-19, mas já consegue andar.
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"Em 2000 também fiz uma promessa, mas fiquei triste porque não se concretizou", conta Manuela. "Mas, passado um dia de ter regressado a casa, a graça de Nossa Senhora foi-me concedida e o meu marido arranjou trabalho", recorda. Desde então, a fé dá-lhe força para ir todos os anos a pé a Fátima.
Grijó, Albergaria-a-Velha, Anadia, Coimbra, Pombal e Caranguejeira foram os pontos de paragem do grupo de Santo Tirso, durante sete dias. As bagagens são transportadas no carro de Zeza, que dá assistência aos amigos. Os problemas de saúde são tratados por Elisabete Castro, médica e peregrina, que só sente dores musculares.
"De todas as vezes que vim, nunca houve quem não conseguisse cumprir a promessa até ao fim. Vai a Fátima, nem que seja ao colo", garante Elisabete. Medicamentos e apoio moral são as receitas aplicadas nestes casos. "O percurso entre Coimbra e Pombal é de um sofrimento atroz", exemplifica. "Quando chegamos ao destino, sentimos paz", afirma.
"Este é o caminho da alegria, mas não há alegria sem dor. Choramos muito no percurso", acrescenta Manuela.