A candidata presidencial apoiada pelo BE, Marisa Matias, considerou hoje que defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é salvaguardar que "não há mais desperdício, falta de transparência e dívida escondida" relatadas numa auditoria do Tribunal de Contas.
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O Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) ocultou a existência de uma dívida de 17,6 milhões de euros aos centros hospitalares de Lisboa, segundo uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC), que multou o presidente daquele organismo.
No final de uma visita ao Hospital de Santo André, em Leiria, Marisa Matias foi questionada pelos jornalistas sobre esta auditoria hoje conhecida, considerando que esta revela "uma questão essencial do Serviço Nacional de Saúde" e da sua defesa porque, "de facto, há desperdício, há ineficiência, há falta de transparência e há dívida escondida quando se trata de uma gestão privada ou de parcerias público-privadas da área da saúde".
"Não se combateu nenhum desses problemas ao retirar do serviço público os serviços de saúde. Pelo contrário, criamos mais problemas. Defender o SNS é defender também que não há mais desperdício, falta de transparência, dívida escondida e toda a ineficiência que foi relatada nessa auditoria", explicou.
Na opinião da candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda, um Presidente da República deve "garantir o funcionamento das instituições e defender o direito que está consagrado na Constituição, que é a saúde universal e tendencialmente gratuita", o que se localiza "nos antípodas" daquilo que está patente no relatório do TdC.
"Nós não podemos permitir uma má gestão nestes moldes. Há claramente aqui um combate que tem que ser feito a estas práticas, que são práticas que para além de nos trazerem todos estes custos adicionais e não contribuírem em nada para a estabilidade das contas públicas e contribuírem em muito para a degradação do SNS que causa muitos problemas e por isso temos um SNS subfinanciado", disse ainda.
Para Marisa Matias, a má gestão e a corrupção são outros dos problemas que surgem associados, que "não podem em nenhuma democracia passar impunes".
Sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que se mostrou convencido de que "as pessoas já têm na cabeça o voto" e não o vão mudar até ao dia das eleições, a eurodeputada do BE disse apenas que "o voto será decidido no dia 24 de janeiro na primeira volta e no dia 14 de fevereiro na segunda volta".
"A campanha serve para esclarecer, para ouvir e para que todos os candidatos e candidatas possam ser muito claros e transparentes em relação aquilo que são as suas propostas, mostrarem aquilo que são os seus valores e as convicções e não esconderem o jogo", concretizou.