Associação admite que algumas exposições podem ser enviadas ao Ministério Público.
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Na sequência de casos de alegado atraso no socorro, a Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) criou, em julho, um e-mail para denúncias da sociedade civil e de profissionais que estão no terreno sobre a resposta do INEM.
Sem quantificar quantas exposições já recebeu, o presidente da mesa da Assembleia Geral daquela associação referiu que "algumas são muito graves e estão a ser analisadas pelos serviços jurídicos" para eventual encaminhamento para o Ministério Público.
As queixas continuam a entrar no e-mail (denuncias@antem.pt) e, em geral, configuram "atrasos na resposta, falta de profissionalismo das equipas e também há denúncias de situações graves que se passam dentro do INEM", adiantou Carlos Silva. Admite que algumas podem não ser verdadeiras e, por isso, há a necessidade de ser feita uma avaliação cuidadosa.
Os remetentes são "familiares de pacientes" e "intervenientes" na prestação dos serviços médicos, adiantou o responsável. A associação pede a identificação e o contacto de quem apresenta a queixa, mas algumas das denúncias são anónimas. "Estamos a dar prioridade às denúncias feitas por quem se identifica. As anónimas ficam numa pasta não prioritária", explicou Carlos Silva.
Tempos "obsoletos"
A ANTEM entende que os tempos de resposta com que o INEM baliza a sua atuação "estão obsoletos".
"Em Nova Iorque, que tem o dobro da população de Portugal, o tempo de resposta é de sete minutos desde que a chamada é atendida até à chegada da ambulância ao local", relata Carlos Silva, indicando que a taxa de cumprimento é de 94%. "Quando não é cumprida, há uma auditoria para se avaliar a demora", refere.
A associação entende que o atual modelo do INEM está esgotado e que o problema não se resolve com mais meios. A solução passa por ter técnicos de emergência médica e paramédicos, que são profissionais de saúde com um "nível de educação superior", dotados para intervenção em suporte básico e suporte avançado de vida e prontos a atuar sob regulação médica.
Com este nível de "educação", que deve ser transversal aos parceiros do INEM, a resposta melhora, o doente pode ficar em casa medicado ou ser referenciado para o centro de saúde. Reduz-se a ocupação de meios com casos que não justificam.