Depois de 500 dias numa gruta, Beatriz Flamini ainda está a processar o que aconteceu
A montanhista espanhola de 51 anos passou 500 dias dentro de uma gruta em Granada e esteve com o JN, nos Açores, durante a Glex Summit. A experiência, diz, foi um treino para algo maior: fazer uma expedição num deserto da Mongólia.
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Não é fácil para um comum mortal entender Beatriz Flamini. Mas, talvez ela não seja um comum mortal. Esteve 500 dias fechada numa gruta em Granada, Espanha, e ficou desiludida quando saiu. Queria ficar mais tempo. Teve tempo para fazer várias atividades: dormir, ler 60 obras, pintar e tricotar. Entre novembro de 2021 e abril do ano passado, eram "sempre quatro da manhã" na gruta. O tempo, que é como quem diz, as horas, não existiam. A espanhola de 51 anos esteve na ilha Terceira, nos Açores, onde participou na Glex Summit, a cimeira de exploração mundial que vai na quinta edição em Portugal.
"O que eu queria era treinar a minha força mental e emocional para desenvolver uma expedição a solo e autossuficiente na Mongólia, nas montanhas", disse numa conversa com o JN, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo. Ir àquele país asiático ainda se mantém como um objetivo e a prova de 500 dias numa gruta em Espanha foi apenas uma preparação.