Todos os dias, as impressões de Ana Martins e Paulo Pinto Mascarenhas sobre o dia-a-dia da campanha para as legislativas.
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Um dos bordões mais repetidos pela coligação, com a eficácia que se reconhece, é a de que Passos é um homem sério e que se preocupa apenas em governar o país. De nada interessa que o homem sério, afinal, tenha escondido do Parlamento o que fazia e quanto ganhava na Tecnoforma e que, ao mesmo tempo que fala de mérito, se tenha esquecido das suas contribuições à Segurança Social - e só o tenha admitido quando não teve outra opção. Agora que o "que se lixem as eleições" está à distância de uma gargalhada, Passos acena com a devolução da sobretaxa. Com papas e bolos se enganam os tolos, mas talvez isto seja assumir que o Governo acha que tem nos portugueses tontos sem memória. E, a avaliar pelas sondagens, se calhar tem mesmo razão.
Ana Martins, docente e investigadora em Psicologia
Seria interessante assistir a um debate entre o ministro da Economia, o gestor António Pires de Lima - e o candidato do PS à mesma pasta, o académico Mário Centeno. Ontem ouvi a intervenção de Pires de Lima, no IDL - Instituto Amaro da Costa, em que acusou Centeno de se limitar a produzir folhas de cálculo de Excel que ignoram a realidade das empresas e das pessoas. Em causa nas próximas eleições estão dois modelos em confronto. O PS continua a acreditar que é o Estado que cria a riqueza do país, enquanto a coligação PSD/CDS defende que são as pessoas que sustentam o crescimento económico. É só preciso que o Governo se abstenha de intervir na vida das empresas. Deixem-nos trabalhar.
Paulo Pinto Mascarenhas, consultor de comunicação