Em entrevista a um jornal holandês, o presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem disse que estava à espera que, ao contrário do que acabou por acontecer, Portugal pedisse a sua demissão na última reunião do Eurogrupo.
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"Esperava que o colega português pedisse a minha demissão, mas não o fez", disse Jeroen Dijsselbloem ao diário "De Volkskrant", em referência ao secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Mourinho Félix.
O ministro holandês desvalorizou o facto de os dirigentes portugueses terem pedido a sua demissão "antes e depois da reunião", realçando que "se (Mourinho Félix) quisesse realmente a demissão, tinha de ter a colocado em cima da mesa na reunião (do Eurogrupo)".
O mesmo se passou com Espanha, acrescentou Dijsselbloem, salientando que o ministro da Economia espanhol também não exigiu, oficialmente, a sua saída.
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Na entrevista, Dijsselbloem disse ainda ter sentido um "um apoio ativo e passivo" na reunião do Eurogrupo, pelo facto de ter havido quem considerasse a "formulação infeliz" e quem tivesse "compreendido exatamente o que queria dizer".
Em entrevista ao "Frankfurter Allgemeine Zeitung", há algumas semanas, Dijsselbloem sugeriu - assim foi entendido por ministros e eurodeputados - que os países do sul da zona euro não deviam pedir empréstimos aos outros países depois de gastarem o dinheiro em "copos e mulheres". As declarações valeram-lhe duras críticas e pedidos de demissão, incluindo por parte de Costa e Marcelo.