O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) garantiu, esta terça-feira, no Parlamento, que não há atas ou assinaturas falsificadas associadas ao concurso especial para licenciados no curso de Medicina, conforme denunciou o reitor da Universidade do Porto. Atalmiro da Costa Pereira culpa António de Sousa Pereira pelo problema e assegura que o ministro da Educação está "inocente".
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Reitor e diretor da FMUP foram ouvidos hoje no Parlamento depois de António de Sousa Pereira ter divulgado ao "Expresso" que sofreu pressões "de pessoas influentes" para facilitar a entrada de 30 candidatos a Medicina. O passa e culpas e trocas de acusações entre os dois responsáveis manteve-se nas audições.
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Atalmiro da Costa Pereira voltou a acusar o reitor de mentir: "ninguém o pressionou", afirmou, garantindo que as denúncias de António da Sousa Pereira sobre falsificação de documentos e de atas "são falsas". "Não há atas nenhumas, nem assinaturas nenhumas falsificadas. O Ministério Público verá com certeza", insistiu.
O diretor alegou que "problema não foi criado pela FMUP" e voltou a culpar o reitor por, de forma "inédita" não ter homologado todas as colocações. Atalmiro da Costa Pereira assegurou que a faculdade "sempre atuou de boa-fé", que ao contrário do reitor quer resolver a entrada dos estudantes que chegaram a ser notificados da entrada no curso, e que continua a coonsiderar legítima e até "legal" a decisão da comissão de seleção de mudar a nota mínima da prova de ingresso de 14 para 10 valores.
O vogal Hélio Alves, explicou o diretor, é que conduziu o processo e por "ingenuidade, em vez de escrever a palavra retificado, pôs homologado. Enganou-se. Valha-me Deus", afirmou Atalmiro da Costa Pereira, tentando justificar a acusação de falsificação de assinatura de uma ata pelo reitor.
O diretor defendeu, aliás, que acredita que os estudantes vencerão se reivindicarem a entrada no curso em tribunal. Atalmiro da Costa Pereira argumentou que a posição da FMUP mudou porque as pessoas à frente do processo são outras.
Garantindo que nunca falou com o ministro e que Fernando Alexandre não só "está inocente" como até é vítima de ataque devido a "aproveitamento político" por causa das reformas que pretende concretizar.