Diretores agendam testagem a professores e funcionários para depois das aulas
Mais de 650 mil crianças regressam hoje a creches, jardins de infância e escolas de 1.º ciclo após 52 dias em casa. A partir de amanhã e até ao fim da semana, serão testados mais de 50 mil professores, educadores e funcionários de estabelecimentos públicos.
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Os diretores, já contactados pelos laboratórios, explica ao JN o presidente da Associação de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, estão a preparar a testagem para um horário após as aulas do 1.º ciclo nas escolas sede dos agrupamentos. Sobre o processo de vacinação ainda nada sabem, garante.
"Tenho uma lista de 126 professores, educadores e funcionários para serem testados de terça a sexta-feira, entre as 15 e as 18 horas, para que os do 1.º ciclo consigam deslocar-se à escola-sede", explica Manuel Pereira, garantindo que o processo "não irá perturbar o funcionamento" das aulas.
As creches cujos educadores e funcionários também irão ser testados à covid-19, "ainda não receberam informação" sobre o processo, confirma ao JN a presidente da associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular, Susana Batista.
Avaliação pode ser ajustada
O desconfinamento a "conta-gotas", como o classificou o primeiro-ministro arranca hoje. Os alunos do 5.º ao 9.º ano (mais de 500 mil) têm data de regresso às aulas presenciais marcada para 5 de abril, após a pausa da Páscoa. Já os do Secundário e Ensino Superior (cerca de 700 mil) voltam a 19 de abril.
"Este desconfinamento vai ser um teste muito importante para as escolas, que pode trazer ou não confiança ao país inteiro, se correr bem. Todos vão ter de colaborar, os pais vão ter de ter um comportamento exemplar e não fazer ajuntamentos próximo aos portões, quando forem levar ou buscar os filhos às escolas", sublinha o presidente da Associação de Diretores (ANDAEP). Filinto Lima assegura que as escolas "estão prontas" hoje para voltar ao ensino presencial e também para voltarem a fechar se os indicadores da pandemia assim o forçarem em alguma região. Os conselhos pedagógicos das escolas estão a avaliar se devem ou não ajustar os critérios de avaliação do 2.º período.
Uma das novidades para o 3.º período são as máscaras que, pela primeira vez, também serão dadas aos alunos do 1.º ciclo. A medida não é obrigatória, mas tanto Filinto Lima como Manuel Pereira asseguram que muitos já usavam por opção dos pais.
Sobre o processo de vacinação, que incluirá na fase 1 (prevista terminar no final de março) professores, educadores e funcionários de creches ao Secundário, de escolas públicas e privadas, os diretores dizem ainda não ter recebido informação.
Já há agrupamentos, por exemplo na região Dão/Lafões, confirmou o JN junto do blogue de Educação DeAr Lindo, a serem contactados por centros de saúde de que nas próximas remessas já terão doses para docentes e funcionários e a questionar se a vacinação pode decorrer aos fins de semana.
O Ministério da Educação remete pormenores do processo para a task-force que, interpelada pelo JN sobre quando arrancará a vacinação e a definição de critérios que será usada para priorizar os cerca de 250 mil profissionais, não respondeu até ao fecho da edição.
Pormenores
Até sexta-feira
A partir de amanhã e até dia 19, serão testados todos os docentes e funcionários do Pré-Escolar e 1.º ciclo de escolas públicas. Creches e privados ainda não sabem quando começam os testes.
De 5 a 9 de abril
Após a Páscoa, e com o regresso às aulas presenciais dos 2.º e 3.º ciclos, serão testados os professores e funcionários desses anos. Pré-Escolar e 1.º ciclo podem repetir rastreios em concelhos com taxa de incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes.
De 19 a 3 de abril
É a vez do Secundário, neste caso além dos professores e funcionários também os alunos serão testados desde que tenham autorização assinada pelos pais. Rastreios seguintes podem repetir-se após sete, 14 ou 28 dias, consoante a taxa de incidência.
Exames só no 11.º e 12.º
As regras são as mesmas do ano passado: apenas os alunos do Secundário fazem exames de ingresso ao Superior. As provas do 9.º foram suspensas e as de aferição do 2.º, 5.º e 8.º anos só serão feitas por uma amostra de alunos. As aferições de Expressão Física e Artística (2.º ano) foram suspensas.