Os diretores "sentem-se pouco apoiados" e estão "muito preocupados com uma guerra sem fim à vista", defende o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, que, esta segunda-feira, reúne com o ministro da Educação. Filinto Lima alerta que a paz tem de regressar "rapidamente" e que, para isso, é fundamental não haver "temas tabu" como a recuperação do tempo de serviço.
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O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) não esconde a expetativa em relação à nova ronda negocial entre sindicatos e ministro na quarta-feira. "Gostaria que chegassem a um consenso e que não houvesse extremismos de parte a parte", assume. A recuperação do tempo de serviço, frisa, é crucial, até porque os professores, na Madeira, vão ter todo o tempo contado até 2025 e, depois, "muitos vão regressar ao Continente e ultrapassar quem cá está. Vai haver graves injustiças", alerta.
Sem avançar os pedidos que vão apresentar ao ministro João Costa, Filinto Lima aceita a proposta do presidente da República de recuperação parcial e faseada como ponto de partida.
"Quarta-feira é o primeiro dia em que vão discutir-se os verdadeiros problemas dos professores": tempo de serviço, vagas e quotas, aponta. A "escola pública está a levar uma tareia", o ministro das Finanças "vai ter de ajudar, António Costa vai ter de liderar as negociações", mas o clima de tensão "terá de acabar rapidamente", insiste.
A ANDAEP solicitou a reunião com caráter de urgência. Os diretores "querem influenciar, positivamente," a resolução da "crise". E pretendem mais apoio do ministério, nomeadamente ao nível técnico e jurídico, pois cada vez mais têm funções burocráticas.
Os serviços mínimos, admite Filinto Lima, são outra gigantesca dor de cabeça. Até porque estão a impedir os professores de aderirem a outras greves.
"Os serviços mínimos vão continuar por culpa de uma greve por tempo indeterminado, que um sindicato por ingenuidade ou falta de estratégia, mantém. É uma obsessão. Só está a prejudicar a justa luta dos professores, impedindo-os de usar a melhor arma", defende, referindo-se ao S.TO.P.