Dizem ser impossível cumprir distanciamento com todos os alunos e pedem que professores e funcionários sejam prioritários para a vacina da gripe.
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A orientação é para todos os alunos começarem o ano letivo, entre 14 e 17 de setembro, nas escolas, mas os diretores preferiam arrancar as aulas já com o plano B, ou seja, em regime misto entre aulas presenciais e à distância, assume o presidente da Associação Nacional de Diretores (ANDAEP), Filinto Lima.
Cada agrupamento está a preparar o seu plano A (presencial), B (misto) e C (à distância) que pode ser aplicado, durante o ano letivo, consoante o evoluir da pandemia. Mas os cenários alternativos serão exceções, avisou o ministro da Educação, que quer os alunos do Pré-Escolar e até ao 6.º ano preferencialmente nas escolas.
Os diretores estão "muito preocupados" com a organização do próximo ano letivo, assumem tanto Filinto Lima, como o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira. As orientações estão definidas mas os dirigentes temem não ter condições para as cumprir.
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Sem redução de alunos por turma - e não sendo possível garantir o distanciamento entre alunos nas salas de aula ou cantinas - os diretores preferiam avançar logo em setembro com o "plano B", explica Filinto Lima. Manuel Pereira pede que professores e funcionários integrem o grupo prioritário para a vacina da gripe, por precaução.
Refeições takeaway
O regime misto pode dividir as turmas e distribui-las em horários semanais rotativos entre aulas presenciais e à distância. Ou haver um mínimo de aulas presenciais, por disciplina, e o restante horário ser cumprido à distância. "Cada agrupamento definirá o seu modelo" mas a intenção é reduzir a concentração de alunos.
Filinto Lima prevê, igualmente, que muitos agrupamentos optem por assegurar serviço takeaway em vez de horários desfasados nos refeitórios. "Teríamos que ter as cantinas abertas para almoços entre as 10 e as 17 horas", sublinham os dois diretores.
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"Se tivéssemos de cumprir as indicações da DGS não abríamos as escolas . Por isso, as orientações enviadas frisam o "sempre que possível". Não sendo, abre-se à mesma", defende Manuel Pereira. Filinto Lima critica a "incoerência" entre o discurso da diretora-geral de Saúde e as orientações enviadas às escolas": "o que recebemos não prevê a distância mínima de um metro entre os alunos mas sim "se possível"".
Ora, em salas com menos de 50 metros quadrados e 28 alunos por turma é "impossível". Além disso, na maioria das escolas, as secretárias são para dois alunos, e sem redução de alunos ou divisão dos grupos, "os alunos vão continuar a sentar-se lado a lado. Encostados e não a um metro", frisa Manuel Pereira.