Diretores temem perder mais de mil técnicos com fim de plano de recuperação das aprendizagens

Os diretores não querem perder os mais de mil técnicos especializados recrutados no âmbito do plano de recuperação das aprendizagens, que está previsto terminar no final do ano letivo. As associações de dirigentes escolares já pediram ao Governo o prolongamento do plano mas, independentemente do programa, defendem que estes profissionais são fundamentais nas escolas.

"É impensável perdê-los. Têm de ficar nas escolas", afirma o presidente da associação nacional de diretores (ANDAEP), Filinto Lima.

No âmbito do plano, recorde-se, as escolas recrutaram 1169 técnicos, cujos contratos foram renovados para este ano letivo. Metade são psicólogos e terapeutas da fala, mas os diretores também pediram assistentes sociais, mediadores ou técnicos de informática.

Atividades canceladas

As lacunas persistem não só nas aprendizagens. A pandemia, dizem os diretores, teve efeitos na saúde mental e comportamentos dos alunos a que os técnicos dão resposta. Até porque o ano letivo passado foi ainda marcado pelo vaivém de alunos e professores infetados.

Este ano, agravou-se a falta de docentes e a contestação. Tanto Filinto Lima como Manuel Pereira, presidente da associação de dirigentes escolares (ANDE), consideram que as greves não penalizaram as aprendizagens, mas a "revolta", "desmotivação" ou "clima de crispação" não ajudam. O presidente da ANDAEP admite que as retenções possam subir pelo facto de as maiores lacunas nas aprendizagens serem nos anos finais de ciclos.

"Não há alunos felizes com professores infelizes", frisa Manuel Pereira, referindo, por exemplo, que muitas visitas de estudo ou outras atividades dos planos anuais foram canceladas por os docentes se cingirem aos horários e às aulas. "A instabilidade não ajuda ninguém, mas parece haver falta de vontade ao primeiro-ministro para resolver o impasse", considera o presidente da ANDE. v