Num discurso com 713 palavras, onde se dirigiu sete vezes aos "portugueses", o presidente da República anunciou a decisão de dissolver a Assembleia da República e marcar eleições para 10 de março, depois de uma reunião sem consenso no Conselho de Estado. O JN explica o que disse Marcelo nas entrelinhas.
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“[Solução não passou por indicar novo primeiro-ministro devido ao] risco, já verificado no passado, de essa fraqueza redundar num mero adiamento da dissolução para pior momento, com situação mais crítica e desfecho mais imprevisível”
Sem o referir explicitamente, Marcelo recordou o episódio de 2004 em que o então presidente Jorge Sampaio optou por não convocar eleições. Na altura, Durão Barroso tinha apresentado a demissão para ir chefiar a Comissão Europeia e o PSD propôs que Santana Lopes assumisse a liderança do Executivo sem que houvesse ida às urnas. Sampaio aceitou, mas cedo se arrependeu: o novo primeiro-ministro ficaria pouco mais de meio ano no cargo. Anos mais tarde, Sampaio diria: “Fartei-me do Santana”.