Tem 58 anos, é médico e, ao contrário de Marta Temido, chega ao Governo com um vasto percurso político, trilhado desde cedo nas fileiras do PS, após ter passado pelo PCP. Nascido em Coimbra, foi no Porto que Manuel Pizarro sempre viveu e onde se formou. Foi médico especialista em Medicina Interna no Centro Hospitalar e Universitário de São João e Diretor Clínico do Hospital da Ordem da Trindade, ambos no Porto, aliando a experiência no SNS ao trabalho no setor privado.
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Figura do "núcleo duro" do PS, Pizarro entrou, em 2008, para o primeiro Governo de José Sócrates, tendo desempenhado a função de secretário de Estado da Saúde, quando era ministra Ana Jorge. Seria, depois, secretário de Estado Adjunto e da Saúde até 2011, já no segundo Executivo de Sócrates.
Os profissionais do meio reconhecem-lhe capacidade de negociação, da qual fez uso para alcançar, durante esse período, um acordo coletivo de trabalho com médicos. Entre 2005 e 2013 - excetuando os anos em que esteve no Governo -, Manuel Pizarro desempenhou a função de deputado.
Eleito pelo Porto, integrou a Comissão de Saúde e teve um papel importante nas decisões tomadas pelo Parlamento com vista à construção da ala pediátrica do Hospital de São João, em particular ajudando a aprovar um formato que agilizou o início da obra.
Duas vezes candidato à Câmara do Porto, tendo perdido ambas para Rui Moreira. Na primeira, em 2013, apesar do desaire, os socialistas fizeram uma coligação pós-eleitoral com o vencedor, tendo Pizarro ficado com o pelouro da Habitação e Ação Social. A segunda derrota ocorreu quatro anos depois, quando o PS rompeu com Moreira. Era preciso encontrar um candidato e a escolha voltou a recair em Pizarro, homem de confiança do partido.
Na altura, António Costa enalteceu a disponibilidade, deixando-lhe um elogio, que agora se torna realidade: "podia ser membro do Governo". Pizarro voltou a falhar a vitória, mas ficou vereador. Em 2016, ganhou a Federação Distrital do PS/Porto e, em 2019, integrou a lista das europeias em 9.º lugar, tendo sido o último eleito. Será agora substituído no Parlamento Europeu por João Albuquerque, de 35 anos, assessor do eurodeputado Pedro Silva Pereira.