Há quem justifique o sucesso além-fronteiras da série britânica Downton Abbey com a qualidade da história, do elenco ou da produção, mas para o comediante australiano Barry Humphries, de 81 anos, conhecido por dar vida à personagem Dame Edna Everage, a explicação é bem mais óbvia.
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"Porque acha que Downton Abbey é tão popular nos Estados Unidos?", perguntou-lhe o jornalista da estação The Radio Times. "Porque não tem pessoas negras", respondeu ele, prontamente.
A ausência de diversidade étnica é algo com que os produtores têm sido confrontados várias vezes, mas que têm justificado com o facto de o cenário natural da história ser a região aristocrática de Yorkshire, entre 1912 e 1925. "A Grã-Bretanha não era um país multicultural em 1920", explicou Gareth Neame, produtor executivo.
Os comentários de Barry Humphries parecem ignorar o facto de, na quarta temporada, Downton ter apresentado a sua primeira personagem negra, o cantor de jazz Jack Ross. A série Empire parece também ir contra os seus argumentos, uma vez que o seu elenco é composto, quase na totalidade, por atores não-caucasianos, e foi o quinto programa mais visto na América em 2015, com mais de 17 milhões de espectadores, em média, por episódio.
A trama de época, cuja sexta e última temporada arrancou nos EUA, através do canal PBS, no passado domingo, é vista, em média, por 26 milhões de seguidores nesse país.