Duarte Cordeiro: "Não se pode confundir a estabilidade estrutural do país com um episódio"
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, disse, esta segunda-feira, em Alfândega da Fé que "não podemos confundir a circunstância de um episódio, com a ideia de estabilidade estrutural", referindo-se aos que pedem a dissolução da Assembleia da República e à polémica relacionada com a TAP.
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"O que importa é se o governo está ou não a conseguir cumprir o seu programa, se está ou não a ter sucesso num conjunto de reformas que se propõe", afirmou durante uma iniciativa comemorativa do 1º de Maio, organizada pela Concelhia do Partido Socialista de Alfândega da Fé.
O ministro defendeu que "é importante que os mandatos se cumpram no seu tempo", porque em democracia "por mais dificuldades que possam surgir do ponto de vista externo e interno, e se tomem medidas que num outro aspeto possam gerar mais antipatia ou contestação, ou mais críticas, é muito importante que os governos sejam avaliados pelo período do mandato e que temos condições para acreditar nos resultados das políticas que estão em desenvolvimento".
Duarte Cordeiro lembrou que o mandato anterior foi muito marcado pela pandemia de covid-19 e pelos seus impactos. "Nós vivemos um período em que havia incertezas sobre os orçamentos que íamos aprovar, os programas que íamos cumprir, qual era o tempo do mandato. Neste momento temos a possibilidade de ter orçamentos aprovados, de ter programas estáveis, a possibilidade de responder a emergências que os portugueses enfrentem, como o preço da energia, que no ano passado obrigou a mobilizar muitos fundos para este ano os preços baixarem", concretizou.
O ministro salientou medidas como o IVA Zero, apoio à habitação, valorização das pensões.
Sobre uma eventual remodelação do governo, Duarte Cordeiro disse que a composição do governo é da responsabilidade do primeiro-ministro. "Temos plena consciência que lhe cabe avaliar a todo o momento as razões para poder remodelar o governo. Não podemos confundir a circunstância de um episódio com a ideia de estabilidade estrutural", observou.
Ainda sobre a TAP realçou que é preciso conseguir "distinguir o que são problemas que podem resultar de uma avaliação de um episódio, com a ideia mais estrutural dos resultados do país", porque, destacou, a TAP teve resultados acima do que se esperava. "Há muita agitação por várias razões, mas devemos tentar fazer um esforço para não confundir essa agitação com a ideia do governo a funcionar e as instituições de Portugal a funcionar, que nós preservamos, a estabilidade estrutural do país que é fundamental para atingir os resultados a longo prazo que tanto precisamos", acrescentou.
O ministro frisou que "estabilidade significa maioria, orçamentos aprovados, políticas estáveis e resultados".
A deputada socialista eleita por Bragança, Berta Nunes, lamentou que se estejam a desvalorizar todas as coisas positivas que o governo está a conseguir, nomeadamente na TAP que teve lucros e se antecipou ao plano de restruturação, o crescimento económico e o desemprego em mínimos "com a valorização de coisas que não deviam sê-lo e que está a criar instabilidade artificial, porque o governo está a governar, alimentada com o objetivo de deitar abaixo o Governo".
Berta Nunes lembrou que os portugueses deram uma maioria ao governo há um ano. "É preciso respeitar a vontade dos portugueses. Parem de tentar empolar factos que existem porque não são os que importam para as pessoas. O escrutínio que está a ser feito à TAP deve ser feito na comissão de inquérito, mas não se deve extrapolar situações que nem se conhece toda a informação", vincou.
Por seu turno, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, defendeu que "todos os dias das nossas vidas são dias de missão". No dia do Trabalhador referiu, em declarações à CNN, "que é um dia de concretização e mostra bem a forma como temos procurado responder em cada momento, independentemente das situações atípicas que temos vivido, temos procurado que isso não nos desvie do foco essencial de responder à emergência e de responder ao estrutural. É isso que temos assumido, Missão permanente e de algumas situações de maior ou de menor gravidade que isso não nos desvie do foco de missão e de serviço ao país".