Ativistas climáticos bloquearam, esta segunda-feira, a entrada do Banco de Portugal para denunciar a falta de investimento do Governo numa “transição energética justa” e reivindicar o fim do uso de combustíveis fósseis até 2030. Duas estudantes foram detidas.
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Ao início da manhã, estudantes do movimento Fim ao Fóssil colaram-se às portas da entrada do Banco de Portugal, em Lisboa, e “dois estudantes bloquearam-se dentro das portas giratórias” impedindo a entrada no edifício, naquele que foi o primeiro protesto de diversas ações denominadas "Primavera Estudantil pelo Fim ao Fóssil".
Cerca das 9 horas, diversos agentes da PSP começaram a retirar os ativistas do local e a indentificá-los. Segundo o movimento, "duas estudantes foram detidas", algemadas e levadas em carrinhas para uma esquadra. "Os restantes estudantes que estavam no protesto vão convocar uma vigília de apoio".
“É um protesto para denunciar o investimento do Governo português na indústria fóssil e a falta de investimento na 'transição energética justa'”, refere o movimento em comunicado.
"Quando nos dizem que em Portugal não existe dinheiro para o investimento necessário para a transição energética, relembramos que Portugal é o país da União Europeia que tem a maior percentagem do seu PIB direcionada para subsídios a combustíveis fósseis", diz Catarina Bio, estudante e porta voz desta ação, citada em comunicado.
"O dinheiro que devia estar a ser investido numa transição energética justa é, em vez disso, investido no negócio que nos está a condenar. Tenho 21 anos. O meu futuro não está à venda", sublinha a estudante ativista.
"Dia 8 de junho, vamos marchar contra as instituições que nos estão a falhar. Apelamos a que toda a sociedade se junte a nós. Travar a maior crise que a humanidade já enfrentou depende da ação de todos ", defende Catarina, referindo-se às ações da "Primavera Estudantil pelo Fim ao Fóssil" .
O movimento estudantil Fim ao Fóssil reivindica o fim do uso de combustíveis fósseis até 2030 e o fim da utilização de gás fóssil para produção de eletricidade até ao próximo ano, utilizando eletricidade 100% renovável.