"Nervoso", Edgar Silva lá subiu ao palco, junto dos Trovadores do Redondo, para dar também voz canção de Zeca Afonso "Traz outro amigo também", perante mais de 400 apoiantes na corrida presidencial, em Arraiolos, contra o "voto fútil".
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Num pavilhão multiusos transformado em sala de refeições, os "amigos e camaradas" digeriram um original "bacalhau migadinho com espinafre" e transmitiram "confiança" ao candidato apoiado pelo PCP, hoje também "vítima" do conjunto musical do Redondo, tal como o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, igualmente "obrigado" a cantar há cerca de duas semanas.
"Às vezes, não distinguem o voto útil do voto fútil. Útil é o que serve os interesses de quem trabalha, o fútil é o da conveniência, da circunstância, daquilo a que estamos obrigados pelo momento", distinguiu, citando um "amigo" com quem trocou impressões na véspera, em Silves, entre um medronho e um café.
O deputado regional madeirense e antigo padre incitou os presentes a "esclarecer e informar" que a sua candidatura está do "lado do voto útil, que serve os interesses de quem tanto luta, há tantos anos, por um Portugal com futuro".
"Não estamos condenados a viver a vida pela metade e o Alentejo é uma lição para todo o país. Um povo que não se resigna, que não aceita vergar a espinha e que é capaz de afirmar a sua identidade, sempre, mas sempre a lutar pelos valores em que acredita", elogiou, para gáudio dos "amigos".
Antes, Edgar Silva já tinha distinguido a região interior sul - "o Portugal profundo" - dos "salões de Lisboa, dos grandes interesses da fidalguia de Lisboa, da grande burguesia e interesses do capital transnacional".
"Aqui, sobretudo aqui, há o Portugal autêntico de quem lutou pela mais ampla e vasta democracia em Portugal", sublinhou, antes de vaticinar que "há um coletivo que se agiganta, cada vez mais, uma força material que se movimenta e é cada vez mais visível", referindo-se à sua campanha.