Os principais indicadores ambientais melhoraram em 2018, com a redução do impacto ambiental a acontecer ao mesmo tempo que houve um crescimento económico, confirmam números do Instituto Nacional de Estatística.
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Nos dados sobre emissões de gases com efeito de estufa disponibilizados esta quarta-feira, o INE indica que o potencial de aquecimento global diminuiu 4,5% em 2018 - as emissões de CO2, N2O e Metano (CH4) diminuíram 6,0%, 0,8% e 0,5%, respetivamente, face a 2017. Houve também uma descida de 2,4% na acidificação e outra de 1,6% na formação de ozono troposférico. Isto ao mesmo tempo que houve um crescimento da atividade económica - o Valor Acrescentado Bruto (VAB) cresceu em termos reais 2,7%. "Registou-se, assim, uma redução do impacto ambiental com o crescimento económico (situação de dissociação), contrariamente ao que tinha sucedido em 2017", indica o INE.
Ainda de acordo com os mesmos números, a intensidade carbónica da economia (emissões de gases necessárias para produzir bens e serviços) diminuiu 7,2% face a 2017. Essa descida de emissões de gases com efeito de estufa deveu-se principalmente ao ramo da energia, água e saneamento,
O INE nota o aumento gradual do peso da produção de energia eólica e solar fotovoltaica desde 2005, mas frisa que a fonte hídrica continua a apresentar um peso significativo na produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis. Esta depende, no entanto, da quantidade de chuva.
Entre 2010 e 2018, em Portugal, a emissão de CO2 por unidade de VAB decresceu 8,2%. O INE, no entanto, salienta que essa tendência de descida de emissões foi interrompida em 2015 (com um crescimento de 6,8%) e em 2017 (+4,3%), associado ao facto desses anos terem sido extremamente secos, com a consequente redução na produção de energia com origem hídrica.
No mesmo período a média dos 28 países da União Europeia "apresentou uma tendência decrescente (decréscimo de 21,9% entre 2010 e 2018), registando, desde 2011, valores progressivamente inferiores aos observados para Portugal".
"Em Portugal verificou-se um decréscimo de 8,5% em 2018, voltando a aproximar-se da média europeia, que reduziu 4,2%", refere ainda o INE.