Há emigrantes e ex-emigrantes portugueses que poderão ter dinheiro por reclamar em fundos de pensão na Suíça. As verbas correspondem ao período em que trabalharam no país e descontaram para o denominado segundo pilar da segurança social. O alerta é dado pela empresa SPNoW, criada no ano passado por descendentes de emigrantes na Suíça com o intuito de ajudar possíveis beneficiários a recuperar verbas "esquecidas".
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De acordo com a empresa, a par dos descontos obrigatórios, como existem em Portugal, a Suíça introduziu em 1985 um segundo pilar no sistema de reformas da segurança social denominado Previdência Profissional Obrigatória, no qual cada trabalhador poupa uma parte do ordenado e "contribui para financiar o seu próprio capital de reforma".
Assim, cada empregador tem parceria com uma caixa de pensões para a qual são feitas as contribuições. Sempre que mudam de emprego, os trabalhadores têm de transferir as verbas para a caixa de pensão com a qual a nova empresa trabalha. No entanto, por desconhecimento, nem todos o fazem. Há, por isso, verbas que permanecem por reclamar.
Em 2016, o Governo Suíço estimou a existência de cinco mil milhões de francos esquecidos em 625 mil caixas de pensão. Segundo Miguel Farrancha, gestor de negócio da SPNow, entre 30% a 40% do valor corresponde a pessoas que já não estão na Suíça.</p>
"As pessoas que regressaram têm a confiança de que trouxeram todo o seu dinheiro. Em primeiro lugar, a nossa primeira missão é informar as pessoas que esta situação [dinheiro por reclamar] é real", disse ao JN Miguel Farrancha, sublinhando ainda que os herdeiros de emigrantes já falecidos também têm direito a reclamar os valores.
Para saber se têm valores de pensão a reclamar, emigrantes ou herdeiros podem preencher um formulário no site da SPNow. "Se for encontrado dinheiro, damos o apoio para o contacto com a caixa de pensão", explicou Miguel Farrancha.</p>
Sem precisar o número ao certo, o responsável diz que a empresa já conseguiu ajudar dezenas de pessoas. Em 60% dos casos, foi encontrado dinheiro por reclamar. A empresa cobra 150 euros pelos serviços apenas quando há dinheiro a reaver pelos trabalhadores. Caso não haja verbas a reclamar, o serviço é gratuito.