A Associação "Também somos portugueses", que tinha apresentado queixa na Provedoria da Justiça contra a invalidação dos votos da emigração e pediu a repetição das eleições, está bastante satisfeita com a decisão do Tribunal Constitucional, contou Paulo Costa ao JN.
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O presidente da Associação saudou a repetição das eleições "porque é um sinal de respeito pelo direito ao voto", mas manifestou preocupação com questões práticas e prevê uma quebra na adesão ao novo ato eleitoral no círculo da Europa que deverá ter lugar no domingo 27 de fevereiro.
"Estamos, de facto, bastante satisfeitos porque a alternativa que nós receávamos era que dissessem que o resultado não se altera e, portanto, dessem uma solução que fosse satisfatória para os partidos, mas completamente inaceitável para todos os portugueses que votaram", disse Paulo Costa, presidente da Associação "Também somos portugueses".
"Temos alguma preocupação com a questão prática", disse. "O voto presencial para os emigrantes é sempre muito complicado. Há muita gente que vive fora dos grandes centros". Paulo Costa antevê que vai "haver muitos problemas práticos em fazer uma votação presencial".
Risco de menor votação
Corremos o risco de ter "uma votação muito, mas muito menor, porque é sempre o que acontece quando há uma votação presencial", disse. "As votações presenciais têm sempre, sempre, uma votação mais baixa."
Para esta associação, o ideal seria que a votação fosse "repetida da mesma maneira como feita", ou seja, através do voto postal. Contudo, reconheceu que "isso tem um senão". "Uma votação postal só poderia ser feita daqui a dois meses", disse, atrasando ainda mais a tomada de posse do novo Governo e arranque da próxima legislatura que chegou a estar apontada para o dia 23 de fevereiro.
A "Também somos portugueses" voltou a reforçar o apelo ao voto eletrónico descentralizado, um método que iria permitir que todos os emigrantes participem nos atos eleitorais, mesmo aqueles que vivem longe dos grandes centros urbanos.
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