O líder do PSD afirmou que a decisão de repetir as votações no círculo eleitoral da Europa, tomada esta terça-feira pelo Tribunal Constitucional (TC), dá razão aos sociais-democratas. Rui Rio, recorde-se, tenciona apresentar uma queixa-crime contra os responsáveis pela situação. Com esta decisão, entende que essa ação passou a fazer "ainda mais sentido".
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"[O TC] deu-me razão. Esta decisão assenta na ideia de que os votos que não estavam acompanhados pela cópia do Cartão de Cidadão eram nulos", referiu Rio, à saída de uma reunião com o primeiro-ministro, em São Bento.
Uma vez que os boletins dos eleitores que não apresentaram o documento de identificação foram misturados com os de eleitores que o fizeram, a decisão só poderia ser esta, frisou o líder social-democrata, para quem a sentença "se entende face àquilo que é a lei".
Desta forma, Rio considerou que a queixa-crime movida pelo PSD "ainda faz mais sentido": "Os responsáveis são os que misturaram os votos com dolo" e não os eleitores, insistiu.
Em consequência da decisão do Tribunal, o Governo apenas deverá tomar posse em março. Embora tenha considerado que este atraso é "preocupante", Rui Rio assegurou que o calendário interno do PSD não será afetado: "Não tem nada a ver", vincou.
"Conversa aberta" sobre revisão da Constituição
Rio revelou que, na conversa com Costa, foram abordados alguns temas que o PSD considera "vitais". Entre eles contam-se uma eventual revisão constitucional, uma reforma do sistema eleitoral ou alterações à lei autárquica. No entanto, todos esses assuntos foram debatidos de forma pouco pormenorizada.
"Foi uma conversa aberta", afirmou Rui Rio, dizendo que Costa "não abriu a porta a tudo nem fechou a porta a tudo". Ainda assim, não resistiu a enviar uma farpa aos socialistas de modo a ilustrar o seu ceticismo quanto a possíveis avanços em qualquer uma dessas matérias: "A experiência que temos é que o PS não quer reformar nada", referiu.
Riu afirmou ainda que "não faz sentido" o PSD empenhar-se em negociações relativas ao Orçamento do Estado (OE), uma vez que o PS tem maioria absoluta. Tendo isso em conta, o líder laranja vaticinou que o documento seja aprovado apenas com os votos dos socialistas, recebendo votos contra de todos os outros partidos.