No primeiro trimestre de 2025, ficaram por preencher 4666 vagas, o pior valor em 10 anos.
Corpo do artigo
Há 10 anos que o setor da construção não tinha tantos trabalhadores em Portugal, mas também há cada vez mais anúncios de recrutamento a ficarem sem resposta. Comparando o primeiro trimestre de 2015 com igual período de 2025, constata-se que o número de empregos vagos na construção cresceu 350% e os empregos ocupados apenas aumentou 25% nessa década.
As estatísticas dos empregos vagos do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho mostram que, nos primeiros três meses de 2015, a construção tinha 217 mil trabalhadores, número que se manteve constante (só com pequenas oscilações) até 2023. No primeiro trimestre desse ano, a força laboral do setor contava com 249 mil pessoas. No ano seguinte, já eram mais de 269 mil e, no primeiro trimestre de 2025, estavam ocupados 271 832 empregos. Um reforço da mão de obra que acompanha o crescimento do volume de obras públicas. O reverso da medalha é que, mesmo assim, o setor é incapaz de dar resposta a todas as empreitadas e a falta de operários qualificados é um problema crescente. Entre janeiro e março de 2015, ficaram sem resposta 1035 oportunidades de emprego. Dez anos depois, as vagas por preencher ascendem a 4666, que é o valor mais alto da década.