O presidente do Sindicato dos Enfermeiros afirmou que avançará para uma nova greve oito a 15 dias depois das eleições autárquicas, marcadas para 1 de outubro, caso o Governo não satisfaça algumas das suas exigências.
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Em declarações à agência Lusa, o presidente do sindicato, José Azevedo, disse que considera a reestruturação das carreiras de enfermagem como uma das reivindicações mais importantes.
"Retomaremos uma greve 8 a 15 dias depois das eleições autárquicas", afirmou o dirigente sindical, que está a participar na manifestação junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, onde estarão, neste momento e segundo as contas do sindicato, mais de 2000 enfermeiros.
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José Azevedo adiantou que, por enquanto, o Sindicato dos Enfermeiros não vai juntar-se ao outro sindicato, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, na greve de 3, 4 e 5 de outubro, marcada na quinta-feira.
O Sindicato dos Enfermeiros prefere realizar uma paralisação autónoma e que "nada tenha a ver com as eleições", explicou. O sindicalista estima ainda que uma nova greve possa ter "serviços mínimos mais reduzidos".
Na manifestação desta sexta-feira, junto à residência oficial do Presidente da República, em Belém, Lisboa, o protesto tem sido bastante ruidoso e são gritadas várias palavras de ordem das quais sobressaem "Nós só queremos carreiras de enfermagem" e "A luta continua, Adalberto para a rua".
Os enfermeiros em protesto pretendem marchar até S. Bento cerca das 14 horas.
Os enfermeiros cumprem esta sexta-feira o último de cinco dias de greve nacional, sendo que, durante os quatro primeiros dias de greve a adesão dos profissionais rondou valores entre os 80 e os 90%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros, que marcou a paralisação em conjunto com o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.
Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respetivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.