Universidades e politécnicos seguem recomendações da tutela: uns ajustam calendário letivo, outros avaliam aulas online. Objetivo é não prejudicar alunos.
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Como no passado, as instituições de Ensino Superior, dentro da sua autonomia, vão seguir as recomendações da tutela para a semana de suspensão de atividades letivas e não letivas presenciais decretada pelo Governo para o período de 2 a 9 de janeiro. Com foco nas avaliações, que se manterão presenciais, como previsto no decreto-lei. Numa diversidade múltipla entre escolas, em cima da mesa estão aulas à distância ou o ajustamento do calendário letivo. Com o objetivo último de não prejudicar os estudantes.
As instituições contactadas pelo JN estão ainda a analisar o calendário e a ouvir os diretores de escolas para perceber qual a melhor opção. Sendo que, nalguns casos, aquela seria a semana de exames, noutros ainda de aulas, pelo que as soluções serão sempre diferentes. Na Universidade do Porto, explicou fonte oficial, "não está ainda definida a forma de atuação para essa semana, sendo que está em causa a realização de exames que, de acordo com as recomendações do Ministério, são para ser feitos".
Na mesma linha, a Universidade de Lisboa fez saber que irá "seguir as orientações do Conselho de Ministros e do Ministério da Ciência e Ensino Superior". Em Coimbra, o gabinete do reitor revela que no "período em causa não estão previstas aulas, apenas avaliações". E que a universidade "seguirá as recomendações da tutela, estando a definir os termos da sua aplicação".
Ajustar calendário
Ora, a tutela recomendou que, "quando não esteja prevista a realização de atividades de avaliação na semana de 2 a 9 de janeiro [as instituições] prolonguem o período de interrupção letiva de Natal e Ano Novo também para essa semana, a compensar em momento posterior do ano letivo". Nos politécnicos, aquela seria uma semana de aulas. Em Bragança, Orlando Rodrigues, que vai ainda reunir com as direções das escolas, admite um ensino "remoto com reposição de aulas práticas posteriormente, mantendo o calendário". Sem prejuízo, diz, das avaliações presenciais.
No Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa irá reunir na quinta-feira com as direções para "tomar ações de forma transversal", explicando que, no que toca às avaliações, vão "ponderar o que tiver menor impacto, porque estão já desenhadas de forma espaçada entre cadeiras, não sendo assim fácil". Alterar o calendário será inevitável.
A ajustar datas está também o politécnico do Porto. "As aulas que puderem ser online passam à distância; as outras serão ajustadas", explica fonte oficial da instituição, para quem o importante "é não prejudicar os alunos em fim de semestre".
Ensino regular
Colégios com liberdade para gerir a distância
No ensino regular, seja público ou privado, o Governo decretou também a suspensão das atividades letivas e não letivas presenciais. O que significa que os colégios têm liberdade para gerir, à distância, aqueles dias.
"A situação legal é muito clara: não pode haver aulas presenciais, podem fazer à distância, mas têm de garantir o número de aulas presenciais", diz ao JN o diretor-executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, lembrando que "muitos começaram as aulas mais cedo, não obriga a tirar ao Carnaval ou à Páscoa". Segundo Rodrigo Queiroz e Melo, "vai haver de tudo - colégios a parar e depois a compensar, a fazer consolidação de aprendizagens à distância, dependendo daquilo que é o projeto de cada um".
Sendo certo que têm de "cumprir com o número de aulas presenciais". Tal como na paragem de 15 dias decretada no final de janeiro deste ano. Ao JN, o Ministério da Educação recorda que a suspensão de atividades presenciais decorre em "todos os estabelecimentos de educação e ensino". E que, no público, "será compensada no calendário escolar, nas interrupções do Carnaval e da Páscoa".