Quem tem o esquema vacinal completo deixa de ir para casa em caso de contacto com positivo. O período de isolamento baixa.
Corpo do artigo
Pais e dirigentes escolares aplaudem a concretização daquela que era uma das medidas mais aguardadas nas escolas para evitar o isolamento de turmas inteiras em caso de contacto com um infetado. A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou a norma relativa ao rastreio de contactos, que passa a ter em conta o estado vacinal do indivíduo. A regra tem exceções, não se aplicando a coabitantes com o caso confirmado e em contextos de surtos com populações vulneráveis.
14179772
Assim, a partir de amanhã, uma pessoa que tenha estado em contacto com um caso positivo - por exemplo num espaço fechado por mais de 15 minutos - mas tenha já as duas doses da vacina, e decorridos 14 dias sobre a segunda toma, passa a ser considerada contacto de baixo risco, aplicando-se apenas a vigilância passiva e um teste até ao quinto dia, sem necessidade de isolamento profilático. O que significa dizer que, salvo as exeções previstas, nas escolas, quando detetado um caso positivo numa turma, os alunos com mais de 12 anos e esquema vacinal completo deixam de ter de cumprir isolamento em casa.
Com Portugal "a décimas" de atingir os 85% da população com vacinação completa, chegou o momento de libertar a sociedade deste peso, como reconheceu a diretora-geral da Saúde. Graça Freitas realçou, porém, que "não isolar não quer dizer que não se tomem medidas". Ou seja, estes contactos têm de monitorizar sintomas durante 14 dias e realizar um teste à SARS-CoV-2 até ao quinto dia. Devem ainda "limitar as interações com outras pessoas, reduzindo as suas deslocações ao indispensável (como trabalho, escola, casa, etc.), e evitar o contacto com quem tem maior risco de desenvolver doença grave. À RTP, Graça Freitas frisou que é difícil que a norma volte para trás, dada a elevada taxa de vacinação do país, mas pode acontecer se "aparecer uma nova variante que escape ao nosso sistema imunitário".
Alunos não tiraram máscara
Para todos os que não tenham ainda as duas doses da vacina contra a covid, e os 14 dias decorridos sobre a segunda toma, aplica-se agora, por regra, um isolamento profilático de 10 dias - excecionalmente, mediante risco de cadeias de transmissão, a autoridade de saúde, numa análise caso a caso, pode determinar 14 dias de isolamento -, um teste molecular até ao quinto dia e um segundo teste ao décimo dia. Ou seja, os dez dias de isolamento que eram excecionais e sujeitos a análise caso a caso passam agora a ser regra e os 14 dias passam a ser exceção.
As alterações são recebidas com satisfação por pais e diretores de escolas. "Tudo o que possa contribuir para que os alunos estejam na escola é bom", resume Manuel António Pereira, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes Escolares (ANDE). David Sousa, vice-presidente da Associação Nacional dos Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep) corrobora e elogia a clareza da nova orientação da DGS. "Era algo muito desejado", realça, considerando que continuar a mandar turmas inteiras para casa "era constrangedor". Já em relação ao uso de máscara, que ontem deixou de ser obrigatório nos recreios, David Sousa realça que "em muitas escolas os alunos mantiveram a máscara" nos espaços exteriores. "Não sabemos se por hábito ou se porque interiorizaram que a máscara os protege, mas muitos não a tiraram", nota.
Alberto Santos, da Confederação Nacional das Associações de Pais, sublinha a importância da redução dos isolamentos de 14 para 10 dias, que se vai aplicar aos menores de 12 anos porque ainda não podem tomar a vacina. Para Rui Martins, presidente da Confederação Independente de Pais e Encarregados de Educação, qualquer medida que vise facilitar a vida às pessoas é positiva.
Saber mais
Exceções à regra
Mesmo com vacinação completa, os coabitantes com o caso confirmado "em contexto de elevada proximidade (por exemplo, partilha do mesmo quarto)", os contactos no contexto de surtos em lares, unidades de cuidados continuados, instituições de acolhimento de crianças e prisões, assim como os contactos que residam ou trabalhem em lares são considerados de alto risco. Ficam, por isso, sujeitos a isolamento profilático.
Distanciamento diminui nos ginásios
O distanciamento físico mínimo na prática de exercício em ginásios e clubes baixa de três metros para 1,5 metros, de acordo com uma nova orientação da DGS, que recomenda a apresentação do certificado digital covid para entrar nestes espaços.
Aulas de grupo
As aulas de grupo nos ginásios dedicadas a grávidas, idosos, ou pessoas com doenças crónicas, que não tenham a vacinação covid-19 completa, não estão recomendadas, sem prejuízo da prática individual, refere a DGS.
Regras para saunas
A DGS divulga regras específicas para espaços de sauna, banhos turcos, hidromassagens/jacuzis e equipamentos onde possam ocorrer a produção de aerossóis.