A esperança de vida à nascença diminuiu em todas as regiões de Portugal continental, sobretudo devido à pandemia de covid-19. Nos homens, registou-se uma diminuição de 4,8 meses, entre 2019 e 2021. E, nas mulheres, uma perda de 3,6 meses.
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De acordo com as Tábuas da Mortalidade, divulgadas, esta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), entre 2019 e 2021, a esperança de vida à nascença foi estimada em 80,72 anos, sendo de 77,67 anos para os homens e de 83,37 anos para as mulheres. O que, comparativamente ao período 2018-2020, revela uma diminuição de cerca de 4,8 meses para os homens e de 3,6 meses para as mulheres.
"A maior redução da esperança de vida à nascença registou-se na Lezíria do Tejo (-0,62 anos; -7,44 meses) e a menor no Alto Tâmega (-0,09 anos; -1,08 meses). Em seis regiões (Cávado, Região de Leiria, Ave, Região de Coimbra, Área Metropolitana do Porto e Região de Aveiro) registaram valores da esperança de vida à nascença acima de 81 anos. Em contrapartida, as menores esperanças de vida à nascença verificaram-se na Região Autónoma dos Açores, no Baixo Alentejo e na Região Autónoma da Madeira, onde a expectativa de vida não atingiu 79 anos", especifica o INE.
Segundo o INE, a diminuição da esperança de vida à nascença deveu-se sobretudo à pandemia de covid-19. "No triénio 2019-2021, em resultado do aumento do número de óbitos no contexto da pandemia da doença covid-19 registaram-se reduções na esperança de vida para a maioria das regiões", sublinha-se nas Tábuas da Mortalidade, embora se ressalve que "o impacto da pandemia nas regiões foi diferenciado".
"Por NUTS II (constituídas por sete unidades, cinco no continente e as regiões autónomas), registaram-se reduções na esperança de vida à nascença em todas as regiões, com exceção das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. A maior redução observou-se no Alentejo (cerca de 7 meses)", concretiza o INE.
Já, por NUTS III (comunidades intermunicipais), registaram-se reduções em todas as regiões do continente. A maior verificou-se na Lezíria do Tejo (-7,44 meses) e a menor no Alto Tâmega (cerca de 1 mês).
Segundo as Tábuas de Mortalidade, no período 2019-2021, a esperança de vida aos 65 anos em Portugal foi estimada em 19,35 anos. "Aos 65 anos, os homens podiam esperar viver 17,38 anos e as mulheres 20,80 anos, o que correspondeu a uma redução de, respetivamente, 4,6 e 3,7 meses relativamente a 2018-2020", constata-se.
"Neste triénio, os valores mais elevados de esperança de vida aos 65 anos observaram-se na Área Metropolitana de Lisboa para o total da população (19,60 anos), para as mulheres (21,18 anos) e para os homens (17,65 anos), juntamente com a região Norte", especifica ainda o INE, ressalvando que, apesar das reduções verificadas em 2019-2021, "nos últimos 11 triénios registaram-se melhorias na esperança de vida à nascença em todas as regiões".