Em contraciclo com o resto do país, o Algarve viu a esperança de vida, tanto à nascença como aos 65 anos, recuar no último triénio (2016-2018) para níveis da crise.
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Quer isto dizer que quando a tendência nacional é de se viver mais tempo, na região algarvia, o risco de morte está a aumentar. Estupefactos e preocupados, especialistas ouvidos pelo JN admitem duas explicações: condições e estilos de vida e acesso aos cuidados de saúde. Ou ambas. Uma coisa é certa. Urge estudar o fenómeno.
"É um alerta extremamente preocupante que não devemos deixar passar em branco e que obriga a um estudo muito aprofundado nessa região", comenta ao JN Maria João Valente Rosa. Numa análise mais fina, a demógrafa constatou diferenças de género, na medida em que, no último triénio face ao anterior (2015/17), "a esperança de vida nos homens diminuiu em todas as idades, enquanto nas mulheres é interessante verificar que diminuiu em todas as idades até aos 61 anos e, a partir daí, aumentou face ao triénio anterior".
De acordo com as tábuas de mortalidade ontem divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística, a esperança de vida à nascença no Algarve iniciou uma curva descendente no triénio 2014-2016, se bem que ténue, tendo o maior impacto sido registado precisamente entre 2016-2018, com a esperança de vida à nascença a regredir 2,9 meses, recuando para níveis do período da crise financeira (2010-2012/2011-2013).
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