O ministro da Saúde garantiu, esta quarta-feira no Parlamento, que não vai alterar a idade a partir da qual os médicos podem pedir dispensa do trabalho nas urgências. "Quem fizer greve por isso não precisa de o fazer porque não está em cima da mesa", assegurou Manuel Pizarro.
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O ministro da Saúde está a ser ouvido sobre o encerramento de maternidades e sobre os problemas de funcionamento das urgências gerais, a pedido do BE e do PCP.
A audição coincide com o primeiro de dois dias de greve, convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM). A presidente do sindicato assegurou que, na última reunião com a tutela, voltou a ser apresentado um papel com dois pontos que considera inaceitáveis. O tema não foi discutido, mas foi interpretado como uma forma de pressão.
Em causa está o aumento da idade a partir da qual os médicos podem pedir dispensa ao trabalho na urgência diurna (dos 55 para os 60 anos) e na urgência noturna (dos 50 para os 55 anos); o alargamento do número de utentes por médico de família.
Manuel Pizarro aproveitou as perguntas dos deputados para esclarecer que os dois pontos não estão em cima da mesa. "Está excluída a hipótese de mudar a idade em que os médicos podem deixar de fazer urgência", afirmou o ministro.
Sobre o avanço das negociações, o governante esclareceu que estão a ser discutidos os temas acordados com a anterior equipa ministerial, como a organização e disciplina do trabalho médico, o trabalho no serviço de urgência, a dedicação plena e a grelha salarial. "A disponibilidade para o diálogo é total", garantiu Manuel Pizarro, sem adiantar o que já está acordado por uma questão de "prudência".