O emblemático Estádio Vicente Calderón, casa do Atlético de Madrid durante 51 anos, começou recentemente a ser demolido, seguindo um processo complexo que vai obrigar a desmontar o recinto quase peça a peça.
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A proximidade do estádio à autoestrada M30 e de casas impede o recurso a material explosivo, pelo que a operação será mais longa do que o habitual.
O estádio onde Paulo Futre se tornou um ídolo da "afición colchonera" começou a ser desmontado por dentro, na zona das bancadas. Só lá mais para o verão, depois do fim das aulas, arrancarão os trabalhos de desmantelamento da estrutura exterior, devido ao ruído que os mesmos implicam. Segundo a imprensa espanhola, se tudo correr como o planeado, a demolição total das bancadas poderá estar concluída em setembro.
A empreitada está a cargo de Mahou San Miguel e do Atlético de Madrid, promotores do projeto urbano que converterá o estádio e o terreno da antiga cervejaria - uma área com 193 804 metros quadrados - numa zona residencial, com espaços verdes e escritórios, ali mesmo à beira do rio Manzanares, que atravessa a capital espanhola.
A complexidade da obra é ainda maior, uma vez que não se trata de demolir simplesmente o estádio. É preciso também desviar e cobrir parte da M30, uma das principais vias rápidas que circundam a cidade.
Preocupação nas escola
O início dos trabalhos para criar o novo traçado da M30 não deverá acontecer no terreno até agosto do próximo ano. O projeto atual já não prevê, porém, o enterramento da via, como era proposto pela anterior gestão municipal. A via rápida será coberta por uma laje, sobre a qual nascerá um amplo espaço verde.
A complexa operação está também a ser alvo de apreensão dos pais dos cerca de 3500 alunos que frequentam escolas naquela zona da cidade e que receiam pelos impactos negativas nas rotinas diárias dos filhos.
O Atlético de Madrid abandonou o Vicente Calderón, com capacidade para 55 mil pessoas, no final da temporada 2016/2017 para se mudar para o Estádio Metropolitano (60 mil lugares)