As eleições presidenciais podem gerar uma poupança ao Estado de cerca de 2,8 milhões de euros. Isto porque apenas três candidatos têm direito a uma subvenção pública e nenhum gastou acima do valor a que terá direito. Das quatro candidaturas sem hipótese de apoios, as de Marisa Matias e de João Ferreira são aquelas que tiveram o maior "rombo" com os resultados das eleições de anteontem. BE e PCP já garantiram que pagam tudo.
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Face aos resultados de domingo, dos sete candidatos presidenciais, apenas Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes e André Ventura têm direito a um apoio do Estado para suportarem os custos da campanha.
O presidente da República, com 60,7%, poderá ter direito a cerca de 1,9 milhões de euros do bolo total de 3,5 milhões de euros de que a Assembleia da República dispõe para distribuir por todos os candidatos com direito a uma subvenção.
Mas Marcelo Rebelo de Sousa orçamentou a sua campanha em 30,5 mil euros. Se apenas gastou efetivamente esse valor, não irá receber além disso. A subvenção pública nunca pode ser superior ao que realmente foi gasto.
campanhas pagas
Já para Ana Gomes os seus 12,97% apontam para uma subvenção de cerca de 590 mil euros. Mas, tal como Marcelo Rebelo de Sousa, a ex-eurodeputada socialista poderá ter gasto muito menos. Ana Gomes orçamentou a sua campanha em 53,5 mil euros.
André Ventura, por sua vez, alcançou cerca de 560 mil euros de apoios do Estado, com os 11,9%. Dos três, o líder do Chega era o que previa gastar mais com a campanha: 160 mil euros.
"Sem dívidas"
Dos quatro candidatos sem direito a apoios do Estado, Marisa Matias e João Ferreira foram os que ficaram com um "buraco" maior. O candidato apoiado pelo PCP orçamentou a sua campanha em 450 mil euros. Mas, tal como aconteceu com Edgar Silva em 2016, o eurodeputado comunista não vai ter apoios, porque só obteve 4,32% dos votos.
Contactada pelo JN, a candidatura de João Ferreira assegurou: "Os compromissos decorrentes das despesas com a campanha, abaixo do orçamentado, serão integralmente assumidos pelo PCP".
Também a campanha de Marisa Matias será suportada pelo BE. A eurodeputada calculou que precisaria de 256 617 euros para fazer a campanha. Um valor inferior ao de 2016, enfatiza a candidatura. Mas se, há cinco anos, Marisa Matias conseguiu uma subvenção (com 10,12%), desta vez isso não acontece, porque teve 3,95% dos votos.
"O orçamento será garantido pelo Bloco de Esquerda. O balanço será feito nos próximos dias, sendo certo que não existirá qualquer dívida", frisa a candidatura.
"Buraco de 1,4 milhões - Em 2016, Maria de Belém, Edgar Silva, Henrique Neto e Paulo Morais não receberam subvenção. No total, tiveram de pagar do bolso 1,4 milhões de euros.
Mayan e Vitorino - O mesmo sucedeu anteontem a Tiago Mayan Gonçalves e Vitorino Silva, que orçamentaram as campanhas em 38 e 16 mil euros.