A estrada N236-1, onde 33 pessoas perderam a vida durante o incêndio de Pedrógão Grande, só foi encerrada depois de terem sido descobertas as vítimas mortais, revelou António Costa.
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Na resposta às 21 perguntas do CDS-PP sobre o incêndio que vitimou 64 pessoas no centro do país, António Costa revela que, segundo a GNR, " a estrada N236-1 esteve sempre aberta ao trânsito, até haver notícia dos trágicos e imprevisíveis acontecimentos ocorridos na mesma. Só após este momento foi encerrado o acesso à N236-1".
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"A decisão de cortar a estrada N236-1 foi tomada apenas após a localização das vítimas mortais, por volta das 22.15 horas de 17 de junho".
Cumpre-me informar que o senhor primeiro-ministro reafirma manter a confiança política na senhora ministra da Administração Interna
"De acordo com as informações fornecidas pela GNR, o número de vítimas na EN236-1 foi de 33 (30 num pequeno troço da via e 3 alguns quilómetros adiante). Segundo a mesma fonte, as restantes 14 terão falecido em estradas e caminhos de acesso à EN236-1, para a qual se dirigiriam em fuga do incêndio", revela ainda o primeiro-ministro, num documento disponível no site do Parlamento.
Na nota introdutória às 25 respostas ao CDS-PP, o primeiro-ministro volta a mostrar confiança na ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.
"Cumpre-me informar que o senhor primeiro-ministro reafirma manter a confiança política na senhora ministra da Administração Interna", lê-se no texto introdutório.
Costa afirma que o problema não ocorreu nas estações-base, "mas sim na rede de fibra ótica que interliga essas estações base"
Sobre a origem do incêndio, o gabinete do primeiro-ministro afirma que o fogo "aparenta causa natural", tendo em conta os indícios recolhidos na madrugada de domingo, mas que o processo criminal instaurado vai determinar as causas "e as demais questões relativas aos factos em investigação".
Falhas no SIRESP
No que concerne às falhas do sistema de comunicação SIRESP, Costa afirma que o problema não ocorreu nas estações-base, "mas sim na rede de fibra ótica que interliga essas estações base", provocando o "isolamento de 5 estações base com o resto da rede SIRESP". Na zona do incêndio, existem 16 antenas do sistema de comunicação utilizado pelas forças de segurança e emergência.
A partir das 19.38 horas do dia 17 de junho, "apenas os operacionais com os terminais afiliados na estação base de Pedrógão Grande conseguiam falar com o Posto de Comando
Este isolamento alegadamente relacionado com os cabos de fibra ótica fez com que os utilizadores ligados a essas antenas "em modo local" apenas pudessem comunicar com quem estivesse ligado à mesma estação-base.
"Segundo os utilizadores, registaram-se dificuldades de comunicação com recurso à rede SIRESP, sobretudo na zona de Pedrógão Grande, onde estava instalado o Posto de Comando das Operações (PCO)", pode ler-se no documento.
Os dados agora revelados mostram que, a partir das 19.38 horas do dia 17 de junho, "apenas os operacionais com os terminais afiliados na estação base de Pedrógão Grande conseguiam falar com o Posto de Comando via rede SIRESP".
Ainda assim, a resposta de Costa enumera os sistema de comunicação redundantes, que asseguraram, "com limitações", o contacto do comando com os operacionais que não estavam ligados à Antena de Pedrógão Grande.