Mercado agrava-se com pouca oferta face à falta de camas nas residências públicas. Alunos acabam por disputar alojamento com imigrantes por causa do custo das casas.
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Com o novo ano letivo à porta, começa a “caça” ao quarto para arrendar. Num mercado de arrendamento que não chega para todos, os estudantes deslocados tentam conseguir um teto a preços acessíveis, que, face à escalada do custo das casas, é disputado também, cada vez mais, pelos trabalhadores imigrantes. Há famílias de universitários a anteciparem cauções e dois a três meses de renda para garantirem o alojamento, ainda antes de conhecerem as colocações (que saíram domingo). E começam a pagar renda em agosto, mesmo sem estar a ocupar a cama. A pressão na procura e a pouca oferta agigantam os preços. Nas plataformas virtuais, pedem-se mensalidades, em média, de 500 euros.
Todos os anos, chegam milhares de estudantes deslocados a Lisboa: “São cerca de 40% e só há camas para 15% nas residências públicas”, expõe ao JN Catarina Ruivo, presidente da Federação Académica de Lisboa (FAL), alertando para a urgência da aposta na oferta pública. Arrendar um quarto em Lisboa já custa, em média, 450 euros. “A habitação representa cerca de 70% do orçamento mensal do estudante. O acentuar dos preços continua a afastar estudantes com mérito de ingressar no Superior". À FAL, chegam relatos de que, para dar entrada num quarto, “é pedido o valor de duas ou três rendas, ou seja, uma importância à volta dos 1500 a 2000 euros, incomportável quando ainda têm de pagar a taxa de inscrição e a primeira propina”.