Mais de 148 mil alunos dos 11.º e 12.º anos estão inscritos nos exames nacionais. A primeira fase arranca esta sexta-feira com as provas de Português, no Secundário. Os alunos do 9.º ano voltam a fazer provas nacionais, apesar de, este ano, serem de diagnóstico e de não contarem para a classificação final. Pelo terceiro ano e devido ao impacto da pandemia no ensino, os exames contam para o ingresso no Ensino Superior e não para a média final do Secundário.
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A primeira fase de exames arranca amanhã e termina a 6 de julho. As pautas são afixadas a 19 de julho. E os alunos infetados com covid-19 podem, tal como nos anos anteriores, fazer exame na segunda época (decorre entre 21 e 27 de julho) e concorrer à primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior.
O modelo mantém-se. Assim, os exames voltam a ter perguntas obrigatórias e um leque de opcionais, em que só as melhores respostas contam para a nota. Este grupo de escolha, que há três anos fez disparar as médias, voltou a ser reduzido depois do corte no ano passado.
O exame de Biologia e Geologia (11.º ano), por exemplo, teve 10 perguntas obrigatórias e 15 de opção em 2020 e, este ano, tem 20 obrigatórias e cinco de opção. Matemática A (12.º) e Matemática B (11.º) voltam a perder: passam de quatro e cinco, respetivamente, no ano passado, para três este ano. O modelo foi o escolhido pelo IAVE (instituto responsável pela avaliação externa) para mitigar os efeitos dos confinamentos e diferentes ritmos do ensino à distância. De acordo com uma análise feita pelo portal Uniarea, o peso das opções caiu de 65% em 2020 para 27% este ano.
Menos candidatos
Os presidentes das associações de professores de Matemática (APM) e de Biologia e Geologia (APPBG) concordam com a diminuição das perguntas de opção.
"Assim é mais fácil a aferição das aprendizagens. É um indicador mais fiável", considera Lurdes Figueiral (APM), enquanto Domingos Mendes (APPBG) diz ser "um ajustamento natural. Há três anos não tínhamos perguntas de opção", frisa, considerando que a diminuição pode não ter impacto na média de resultados.
O regime de acesso ao Superior está em discussão, mas o processo ainda não arrancou. O programa do Governo prevê a avaliação da separação entre a conclusão do Secundário e o ingresso, abrindo, assim, a porta à possibilidade de manutenção do modelo que tem sido aplicado nestes três anos.
De acordo com as estatísticas do Júri Nacional de Exames, 74% dos alunos inscritos responderam na matrícula só fazer provas para acesso ao Superior. E 57% (mais de 85 mil) disseram que não serão candidatos (quase mais 24 mil do que em 2021). Cerca de um quinto vão fazer, pelo menos, uma melhoria de nota (quase o dobro de 2021). A maior parte dos candidatos é dos cursos de Ciências e Tecnologias (46%) e de Línguas e Humanidades (21%). De cursos profissionais são 9% e de Artes apenas 4%.