Calendário do IAVE prevê, em 2024, provas finais do Secundário feitas diariamente nos computadores para alguns estudantes. Desmaterialização será universal em 2025.
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No próximo ano, todas as provas de aferição serão realizadas em formato digital, exceto as de Expressão Artística e Física. O modelo será testado este ano em algumas escolas, estando em curso o processo de seleção dos estabelecimentos a incluir no projeto-piloto. A fase experimental será alargada, em 2023, às provas de final de ciclo de 9.º ano e, em 2024, aos exames do Secundário. O objetivo é que, em 2025, todas as avaliações sejam realizadas em suporte eletrónico, diretamente nos computadores. Os diretores veem com bons olhos as mudanças.
A desmaterialização das provas e dos exames prevê um investimento de 12 milhões de euros no Plano de Recuperação e Resiliência. O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) entende que, para que a implementação seja feita, "com a maior segurança e a contribuição de todos", o processo será gradual, através da "aplicação de fases experimentais nas várias modalidades de avaliação externa". No cronograma a que o JN teve acesso, alguns alunos realizarão, este ano, as provas de aferição teóricas nos computadores, sendo que, no próximo ano, esta modalidade se aplicará a todos os estudantes do 2.º, do 5.º e do 8.º ano.
Também em 2023, avança a fase experimental para a digitalização das provas de final de ciclo (exames do 9.º ano), cuja implementação universal está prevista para 2024, ano em se inicia o projeto-piloto nos exames do Secundário (11.º e 12.º anos). Em 2025, já não haverá avaliações em papel.
A transição tem vindo a ser preparada pelo IAVE. Em 2018, pela primeira vez, cerca de 2500 alunos do 8.º ano realizaram a prova de aferição de Matemática em formato digital. No ano seguinte, em parceria com o Júri Nacional de Exames e algumas escolas, foi realizado outro projeto-piloto com o intuito de digitalizar as provas de aferição e realizar a classificação em suporte eletrónico. Já em janeiro de 2021, "o estudo diagnóstico das aprendizagens a alunos dos 3.º, 6.º e 9.º anos" também foi realizado em suporte eletrónico. Para o IAVE, este processo não é "uma mera transposição para o suporte digital de metodologias, didáticas e técnicas de avaliação analógicas e tradicionais". É "uma mudança de paradigma", com vista a "integrar e desmaterializar todos os procedimentos inerentes ao processo de avaliação externa das aprendizagens, desde o processo organizativo e logístico, até à elaboração das provas, a sua aplicação e classificação".
Manuais digitais
Os diretores veem com bons olhos a medida. Filinto Lima, da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, considera que é "um bom passo" dado pelo Ministério da Educação para "mostrar às escolas que devem usar, no seu trabalho diário, o material digital" disponibilizado pelo Governo e defende a "desmaterialização paulatina dos manuais escolares", para que "o peso das mochilas seja aliviado".
A defesa da desmaterialização dos manuais é partilhada pelo presidente da Associação Nacional dos Dirigentes Escolares. Mas Manuel António Pereira alerta ser necessário acautelar algumas situações, como ter mais tomadas nas salas para carregar computadores, os problemas de Internet e a contratação de informáticos.
Detalhes
Calendário
As provas de aferição do Ensino Básico abrangem alunos do 2.º, 5.º e 8.º anos. Têm início já no dia 2 de maio e terminam a 20 de junho. Já a primeira fase das provas de final de ciclo para o 9.º ano decorrem entre 1 7 e 23 de junho. Por sua vez, a primeira fase dos exames nacionais do Ensino Secundário realiza-se entre 17 de junho e 6 de julho.
Investimento
Tal como o JN noticiou em maio do ano passado, na área da Educação, o Plano de Recuperação e Resiliência previa uma dotação de 559 milhões para a inovação pedagógica e o desenvolvimento das competências em tecnologias digitais. Estava prevista, ainda, a instalação de um projetor por sala de aula até ao fim de 2023 e a criação de uma biblioteca digital.
12 milhões de euros é o valor previsto no Plano de Recuperação e Resiliência para a desmaterialização da avaliação até 2025.