Os alunos que concluem o ensino secundário a partir do próximo ano letivo terão apenas de fazer três exames, o da disciplina de Português e mais dois à sua escolha. Esta é uma das novidades do novo modelo de acesso ao ensino superior apresentado esta segunda-feira. O peso dos exames passa a ser de 25% do total da nota final e as disciplinas bienais e trienais passam a valer mais.
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As alterações ao modelo do ensino secundário foram apresentadas esta segunda-feira pelo ministro da Educação, João Costa, e pela ministra do Ensino Superior, Elvira Fortunato. Assim, a principal alteração é a realização obrigatória de apenas três exames nacionais, ao contrário do que acontecia até agora em que quase todas as disciplinas eram alvo de avaliação final por exame.
Cabe aos alunos escolher a que disciplinas querem fazer exame, sendo certo que um será sempre de Português, pois é obrigatório. Até agora, os exames valiam 30% da nota da disciplina e passam a valer apenas 25%. "Introduziremos uma ponderação relativa das disciplinas", adiantou ainda o ministro da Educação, explicando que as disciplinas trienais valerão por três, as bienais valem por dois e as anuais mantêm-se como estão.
O novo modelo de exames entra em vigor no ano letivo 2023/2024 para todos os alunos, mas as diferenças na ponderação das disciplinas bienais e trienais apenas abrangem os alunos que entrem para o ensino secundário, portanto 10º ano, em 2023/2024. "Não quisemos mudar a meio as regras dos que já estão a frequentar o ensino secundário", justificou o ministro.
Por sua vez, Elvira Fortunato abordou a articulação interministerial neste processo. Recorde-se que o tema tem gerado divergências entre ministérios, com o ministro da Educação a defender o fim dos exames nacionais obrigatórios e a ministra do Ensino Superior a defender o aumento do peso deste tipo de avaliações.
"Temos estado a fazer a revisão do modelo de acesso ao ensino superior, que nunca podia ser feita sem dialogarmos de forma direta com o Ministério da Educação", disse Elvira Fortunato, advogando que "tem que existir articulação entre ministérios" e que ambos estão "perfeitamente alinhados".
O acesso ao Ensino Superior será feito através de dois exames, revelaram ainda os ministros da Educação e Ensino Superior. Estes exames de acesso terão um peso de pelo menos 45% na nota de candidatura.