Falta de médicos de família é um jogo "que vai recuperar até ao final", garante Pizarro
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, manifestou-se esta sexta-feira satisfeito com o resultado do concurso para especialistas de medicina geral e familiar, a que concorreram 393 médicos num total de 978 vagas.
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Pizarro comentou que, tendo em conta a existência de 1,7 milhões de utentes no país sem médico de família, "o resultado é fraquinho ao intervalo", mas "vai recuperar até ao fim do jogo", tendo em linha de conta as políticas do Governo para contratação e formação de novos clínicos.
"Estou muito contente com o facto de terem concorrido ao concurso 393 médicos. Terminaram a especialidade em medicina geral e familiar no continente 307 médicos, o que quer dizer que nós tivemos mais a concorrer ao concurso do que aqueles que seriam os candidatos normais", declarou em Viana do Castelo, após uma visita ao hospital distrital, considerando que "a estratégia de abrir todas as vagas disponíveis se revelou acertada, embora tenha que lidar com a notícia que só concorreram para 40% das vagas".
Ainda há 1,7 milhões de utentes sem médico de família
Questionado sobre o facto de ainda existirem 1,7 milhões de portugueses sem médico de família, o governante comentou: "Temos de formar mais médicos. A nossa primeira regra é mesmo essa e é por isso que este ano em janeiro, começaram a sua formação 507 médicos de família".
Neste âmbito, Manuel Pizarro, que falava aos jornalistas em Viana do Castelo, deu como exemplo o facto de aquela região já ter cobertura total. "Estamos num distrito com 250 mil habitantes e toda a gente tem médico de família. E porquê? Porque começamos há muitos anos o que estamos a fazer noutras regiões, que é formar mais médicos. Temos 160 em atividade nos centros de saúde de Viana do Castelo. É cobertura plena", disse, referindo que: "As contas sobre os utentes com cobertura de médico de família, fazem-se no fim do jogo. Isto é um resultado fraquinho ao intervalo, mas estou muito convencido que até ao final do jogo vamos recuperar".
E sublinhou que, com o concurso a que concorreram 393 profissionais de saúde, o Governo "quis dar um sinal a cada cidadão que não tem médico de família que estamos atentos a esse problema e aos jovens médicos que estamos disponíveis para os contratar".
"Vamos ver como corre o processo de colocação. O facto de terem concorrido 393, não quer dizer que todos aceitem. Eu tinha estabelecido como meta contratar entre 200 e 250", adiantou, concluindo que, em função das colocações, será "analisado o número de pessoas que ficam sem médico de família".