"Respeito o direito à greve, mas não me agrada que se faça a meio do processo negocial"
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, declarou, esta sexta-feira, que não concorda com a realização de greves dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde, enquanto decorrem negociações.
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O comentário foi feito no fim de uma visita ao hospital de Viana do Castelo, esta sexta-feira, dia em que decorre uma greve dos auxiliares de ação médica e assistentes técnicos para exigir a criação e efetiva negociação da carreira e melhores condições de trabalho e também véspera de marchas em defesa do SNS em Lisboa, Porto e Coimbra.
"O Governo vai cumprir integralmente, não apenas o seu programa, que dura até 2026, mas o seu compromisso no Orçamento de Estado de 2023 de fechar as negociações para a carreira dos técnicos auxiliares de saúde ainda este ano", declarou, acrescentando: "Vamos cumprir com estas pessoas. Não gosto muito, respeito o direito à greve de todos, pessoalmente não me agrada muito a ideia de se fazer greve a meio de um processo negocial. Acho melhor concluir o processo e depois logo veremos se foi possível chegar a entendimento ou não"
Recorde-se que profissionais de saúde, utentes e sindicatos do setor participam amanhã em marchas; às 15 horas, a partir do Campo Pequeno, em Lisboa, e do Hospital de São João, no Porto, e do Centro Saúde Fernão de Magalhães, em Coimbra, às 11 horas.
"Recebo a notícia a favor do SNS com um misto, por um lado fico sempre preocupado porque estão em causa os problemas que nós temos no Serviço Nacional de Saúde, por outro lado, fico muito contente, enquanto ministro e como cidadão, de saber que a causa do SNS continua a mobilizar a sociedade portuguesa", afirmou, concluindo: "Podemos ter visões divergentes sobre uma ou outra solução, mas estamos unidos em relação ao essencial que é a importância do serviço público de saúde, como garante do acesso à saúde de todos os portugueses".