Há 90 estudantes estrangeiros que chegam a Portugal no início de setembro para estudar no ensino secundário, mas a Associação Intercultura-AFS Portugal (que dinamiza a iniciativa) alerta que ainda são precisas 50 famílias de acolhimento. Segundo informações do programa, já há famílias em vários pontos do país que se voluntariaram para receber em sua casa estes estudantes. No entanto, ainda não há alojamento garantido para todos estudantes de 27 países que escolheram Portugal este ano para estudar.
Corpo do artigo
A associação admite que o período de verão dificulta o acesso às famílias e que as circunstâncias da guerra na Europa vieram aumentar o número de deslocados que também precisam de famílias de acolhimento.
Patrícia Ribeiro mora no Porto e já participou mais do que uma vez no programa: já recebeu quatro estudantes internacionais, todos de países diferentes. "Em termos gerais é uma experiência gratificante" e ajuda ao desenvolvimento tanto do aluno como da família, conta ao JN, salientando os ganhos " a nível emocional, cultural e de tolerância pelo próximo".
Abrir mentalidades
Patrícia Ribeiro - que já acolheu jovens da Tailândia, da Turquia, da Gronelândia e da Dinamarca - diz que todos os seus estudantes foram muito bem recebidos nas escolas, todas do agrupamento escolar das Águas Santas, no Porto. "As escolas portuguesas são excelentes a acolher estudantes internacionais", afirma, garantindo que os seus estudantes "adoraram a escola e adoraram os colegas". Nota também o esforço da escola para adaptar o programa escolar ao estudante, ao procurar um início de currículo "mais prático" e "mais tarde, quando eles dominam mais o português, passa a ser um ensino mais teórico".
Na sua perspetiva, uma das vertentes mais importantes do Programa AFS está na interação cultural pelo facto de "servir especialmente para abrir mentalidades". Patrícia Ribeiro explica que toda a fase de acolhimento é apoiada pela organização da AFS, através dos voluntários do programa espalhados pelo país.
Para além disso, são disponibilizados contactos de emergência disponíveis durante 24 horas e seguro médico caso estes sejam necessários para o estudante, conforme se pode ler no site oficial do Programa AFS Portugal. A iniciativa divide o território nacional por núcleos, que estão responsáveis por juntar alunos e famílias para "dinamizar atividades para os estudantes". Ao JN, Patrícia Ribeiro, que pertence ao núcleo do Porto, adianta que estes núcleos promovem "atividades de apoio psicológico e emocional mas também de diversão, para conhecerem a localidade, a nossa cultura e para apoiar na língua portuguesa".
No ano letivo de 2021/2022, 53 estudantes portugueses fizeram o programa AFs em 13 países diferentes. Para este ano estão inscritos 59 participantes e 28 partiram já para os seus países de destino. Até agora, partiram estudantes para os EUA e para a DInamarca. Esta semana partirão para a Holanda, Irlanda e na semana que vem para a Áustria, Argentina e Dinamarca.
De onde vêm?
Com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos, este alunos vêm de países como a Alemanha, Canadá, Dinamarca, Costa Rica, Brasil, Estados Unidos, França, Itália, Tailândia ou Holanda. Iniciam o próximo ano letivo em setembro, data em que chegam a Portugal.
Quanto tempo?
Segundo informações da Associação Intercultura-AFS Portugal, o período do intercâmbio destes estudantes pode variar entre um trimestre, um semestre ou mesmo todo o ano letivo de 2022-2023.
Onde vão estar?
As famílias são voluntárias e não há restrições geográficas. Já há famílias disponíveis nas cidades de Braga, Viseu, Porto, Leiria, Peso da Régua, Mafra, Évora ou Setúbal.