Uma semana após o arranque das aulas faltam professores em 78% dos agrupamentos, sendo que em 38 há mais de dez horários por preencher. O Ministério da Educação volta a prometer para este ano letivo a divulgação do estudo sobre o número de alunos sem aulas.
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No balanço divulgado esta segunda-feira, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) refere que 70% dos agrupamentos com mais de 10 horários por preencher se situam nas regiões de Lisboa (20) e Península de Setúbal (7). Após as colocações na quarta reserva nacional, restam nas listas 16.400 professores. Dia 17, estavam por ocupar 2410 horários, menos de metade (1042) completos.
Falta, pelo menos, um professor em 78% dos agrupamentos públicos. Na nota enviada à Imprensa, o MECI defende que num universo de 130 mil docentes são constantes e naturais as ausências ao longo do ano devido a aposentações, baixas médias ou licenças de maternidade.
A tutela alega que os professores em falta podem não corresponder a alunos sem aulas já que os diretores "têm instrumentos para assegurar" as atividades letivas, por exemplo, através da atribuição de horas extraordinárias.
Há mais horários por preencher no 1.º ciclo, Pré-Escolar e nos grupos de Educação Especial, Português (3.º ciclo e Secundário) e Informática.
"A contabilização dos alunos sem aulas requer um novo sistema de informação, que está em preparação e que estará disponível durante este ano letivo", voltou a prometer o MECI. No final da semana passada, a Fenprof voltou a estimar que cerca de 100 mil alunos ainda não têm todos os professores. O movimento Missão Escola Pública emitiu um alerta de que há um fosso a dividir o país, com os alunos a Norte a terem aulas com professores profissionalizados e a Sul com muitas falhas e docentes sem especialização.
O MECI defende-se, recordando, que em breve será aberto novo concurso extraordinário de vinculação que vai permitir até 1800 professores entrarem nos quadros nas regiões mais deficitárias: Lisboa, Setúbal, Alentejo e Algarve.
A partir desta semana, passam a realizar-se reservas de recrutamento de três em três para acelerar o processo de colocação.