Família de turistas no Algarve: "Achei que ia ser mais difícil, mas já é tudo automático"
Família do Porto hesitou mas acabou por fazer férias na região e elogia medidas de segurança e higiene.
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A viver "um dia de cada vez", as férias foram marcadas em cima da hora. Os relatos de amigos, que diziam que no Algarve o ambiente era "tranquilo" e "seguro", deram a Mafalda Perfeito o empurrão que faltava para deixar o Porto e rumar ao Sul com a família durante uma semana. E não se arrependem.
"Hesitámos bastante, até porque as notícias sobre o número de casos positivos não eram muito animadoras", diz a empresária. Mas "era preciso voltar à vida normal, ainda que com as condicionantes que a situação exige, sobretudo por causa dos miúdos". Mafalda, proprietária de um cabeleireiro, e o marido, Pedro, com lojas de comércio de calçado e vestuário, têm quatro filhos, de 10, 11, 14 e 24 anos.
"Tivemos de deixar de trabalhar, mas já voltámos ao ativo e a alguma normalidade. Ao contrário dos miúdos, que foram quem mais sofreu com o encerramento das escolas, o ensino à distância e o afastamento dos amigos. Achámos que, mais por eles, tínhamos mesmo de ir de férias", acrescentou.
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A escolha do Algarve, onde já estiveram em anos anteriores, aconteceu depois de amigos atestarem as medidas implementadas na região. "Fui deixando para a última hora para ver como é que as coisas se mantinham. Entretanto, fui falando com pessoas amigas que estavam aqui e que disseram que estava tudo tranquilo e seguro e decidi vir."
Hotel sem buffet
As diferenças são notórias. No hotel onde estão alojados, em Vilamoura, a capacidade está a 50%. Nos espaços interiores, é obrigatório o uso de máscara. "Não há buffet. Fazemos o pedido e servem à mesa ou entregam no quarto em embalagens individuais, descartáveis, sem cobrar taxa de serviço. Nas piscinas, trocamos sempre de toalhas e as espreguiçadeiras são desinfetadas", explicou.
"Temos sempre muito cuidado. Andamos com o álcool-gel na carteira e com as máscaras em espaços fechados ou no exterior quando há muita gente. Arriscamos ir a um parque aquático, que tinha o selo Clean & Safe, e ficámos agradados com as imensas medidas de segurança implementadas".
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Em comparação com outros anos, Mafalda nota menos gente na região. Exceção para os grupos de jovens que se juntam nas praias, à tarde, mas que "os nadadores-salvadores dispersam com facilidade e sem incidentes". Cruza-se sobretudo com turistas portugueses, mas também britânicos, que "não parecem preocupados com o facto de terem de fazer quarentena no regresso".
Não presenciou situações que a deixassem com medo ao ponto de ter vontade de regressar ao Porto. "Achei que ia ser mais difícil, mas já é tudo automático. Os hábitos de higiene e segurança fazem parte da rotina diária e creio estão a ser respeitados", concluiu.