O distrito de Setúbal testa projeto piloto do cartão social em 341 agregados, que deixaram de receber cabazes alimentares. Padre Jardim Moreira considera valor do carregamento uma “esmolinha”.
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Mais de 340 famílias carenciadas, constituídas por perto de 900 pessoas, dos concelhos de Setúbal, Alcácer do Sal, Grândola, Sines e Santiago do Cacém, já estão a usar cartões sociais eletrónicos para fazer compras em supermercados, em vez de receberem cabazes alimentares, avançou ao JN fonte do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O padre Jardim Moreira, vice-presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN), considera, contudo, insuficiente a atribuição de 50,95 euros, por mês, ao responsável pelo agregado familiar e de 35,66 euros a cada um dos restantes elementos.
“Esse valor é uma esmolinha. Parece ser mais um programa contra a fome do que contra a pobreza”, comenta o padre Jardim Moreira, que presidiu à EAPN 33 anos. “As políticas são muito fragmentadas e, como não há uma resposta articulada de apoio à família, não é o suficiente para sair da pobreza”, sublinha. “Há necessidade de fazer uma alteração das políticas públicas, envolvendo os municípios, que têm as famílias sinalizadas, e criar uma equipa multidisciplinar para dar resposta à pobreza”, defende.