Há um objetivo comum às estratégias dos três candidatos à liderança da Iniciativa Liberal (IL): fazer crescer o partido nos três atos eleitorais previstos para este mandato - as regionais da Madeira, em 2023, as europeias e as regionais dos Açores, em 2024 -, preparando-o para ser Governo.
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Os deputados e membros da atual direção da IL, Rui Rocha e Carla Castro, e o conselheiro nacional José Cardoso apresentaram este sábado as suas moções estratégicas para a eleição interna, que decorre na Convenção Nacional eletiva, de 21 a 22 de janeiro, em Lisboa.
A moção de Rui Rocha, eleito deputado por Braga em janeiro de 2022, admite que caso as eleições legislativas sejam antecipadas, o partido "ambicionará aumentar o grupo parlamentar, elegendo pelo menos em Lisboa, Porto, Braga, Setúbal e também em Leiria e Aveiro". Na apresentação da candidatura no Porto, Rui Rocha disse que Portugal vive uma situação de "socialismo selvagem" com "prejuízos diretos e claros" para os portugueses, falando numa "degradação muito acelerada" da gestão e do Governo de António Costa.
Carla Castro ambiciona que a IL conquiste novo eleitorado para se tornar a "terceira força política nacional". A deputada eleita por Lisboa admitiu que pretende tornar o partido uma "solução na governação", em declarações aos jornalistas no final da apresentação da moção. Para isso, Carla Castro garante que a IL não deixará para trás nem partes do território, nem o eleitorado menos representado. "Queremos e temos ambições de ser não apenas uma oposição, mas sim uma alternativa e, para isso, é importante crescer e afirmar as nossas políticas", disse.
Por não se rever nas candidaturas dos dois deputados, José Cardoso, no partido desde 2019, decidiu entrar à última da hora na corrida. O candidato encabeça a lista que "acredita ser porta-voz de uma maioria silenciosa que não desiste de ter um partido verdadeiramente liberal" e acusa os opositores de estarem a apropriar-se de propostas suas que chumbaram. Defende ser necessário rever o programa político do partido "que está há vários anos sem revisão", lê-se na moção. Quanto à gestão interna da IL, define como uma das prioridades reforçar a autonomia dos núcleos territoriais do partido.
Recorde-se que João Cotrim Figueiredo deixará a liderança em breve, depois de ter decidido, em outubro, não voltar a candidatar-se ao cargo.