Há quem esteja acampado em Fátima desde o dia 28 de abril, à espera do 13 de maio.
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Não sabe precisar quando começou a tradição de todos os anos passar duas temporadas de férias em Fátima, uma em maio e outra em outubro, sempre acampado, "junto a Nossa Senhora". Desta vez, Daniel Costa, de 80 anos, escolheu um arvoredo nas traseiras do posto de turismo, onde instalou duas tendas, que divide com a mulher e uma prima desta, que no sábado se juntou ao casal.
Residentes em Gondomar, Daniel e Maria dos Anjos chegaram à Cova da Iria a 28 de abril e contam regressar no domingo. Encontramo-los a almoçar à sombra de uma árvore, para fugir ao calor que a essa hora se sente dentro e fora da tenda, ou antes, na "vivenda vento e estrelas", como batizaram a "casa" de férias. Daniel assume-se um "grande" devoto de Nossa Senhora e um "homem crente", uma religiosidade que aprofundou durante o tempo em que esteve em África, onde viu "muita miséria". Naquela manhã, tinha já participado em quatro das sete missas a que assiste diariamente, sozinho ou com a mulher e a prima. "Em Fátima, sentimo-nos em paz", afirma Maria.
Grupo Caçador-Viseu
Uns metros mais abaixo, Carlos Machado coordena as operações de montagem do acampamento que acolherá as 33 pessoas que este ano compõem o Grupo de Peregrinação Caçador-Viseu, que inclui emigrantes vindos da Alemanha, França e Suíça.
Fizeram-se à estrada no dia 6 e terão chegado a Fátima na terça-feira. "Vamos montar quatro tendas-dormitório e uma para refeitório", avança o líder da equipa de apoio composta por 10 pessoas, "todas voluntárias". Carlos interrompe os trabalhos para atender um telefonema. Do outro lado, um elemento do apoio confirma que o grupo "está almoçado" e a descansar, num pavilhão em Pombal, a preparar-se para a última etapa. Ficarão até sábado, dia em que começa a ser planeada a próxima peregrinação.