Os caloiros voltaram a ser recebidos presencialmente e em festa. O ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor escreveu uma carta a todos os dirigentes associativos a pedir um regresso sem praxes e "sem humilhações", mas os estudantes estão a aproveitar o desconfinamento para retomarem tradições. De visitas guiadas a "sunsets", os eventos variam em dimensão e regras: há associações como a de Coimbra ou do ISCTE (Lisboa) que pedem certificados de vacinação à entrada.
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A associação de estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa pediu aos estudantes para tirarem "o pó aos sapatos de dança" e os caloiros foram recebidos com três dias de concertos. No ISCTE, a semana ficou marcada por um "sunset" que reuniu 600 pessoas num espaço com capacidade para o dobro. Inês Caldeira, presidente da associação, defende o regresso à "normalidade" com "regras": à entrada foi exigido o uso de máscara e o certificado de vacinação.
Em Coimbra, festas e praxes regressaram a um ritmo pré-pandemia mas com novas regras: além do certificado à entrada, o cortejo da Queima não se realizará pela cidade. A receção aos caloiros foi diversificada: de jogos de tabuleiro, a noites de fado, observação noturna de estrelas ou recolha de lixo pela cidade.
Para o presidente da associação académica (AAC), João Assunção, as atividades devem ser retomadas com "responsabilidade social". "É necessário evitar contágios e servir de exemplo para a sociedade", frisou Matias Correia, Dux Veteranorum de Coimbra.
porto e lisboa À espera
Mais cautelosas, as federações de Lisboa e Porto aguardam por orientações da Direção-Geral de Saúde para tomarem posição relativamente a praxes e a eventos de maior dimensão. No Porto, ainda não foi realizada nenhuma iniciativa. "Continuamos na fase de planeamento", apesar da "vontade" de retoma por parte dos estudantes, defendeu Ana Cabilhas, presidente da Federação Académica do Porto.
Até agora, as festas realizadas em Lisboa têm sido em "formatos pequenos", garante Francisco Pereira, presidente da Federação Académica (FAL). São eventos "comedidos", sempre com distanciamento. Serão "preparados eventos maiores, de acordo com a evolução pandémica", explicou.
A maioria das associações, para já, está a privilegiar eventos ao ar livre. É o caso do Minho, onde a associação, frisou Rui Oliveira, optou por visitas guiadas pela universidade e departamentos e "saraus culturais". Em Lisboa e Porto, os caloiros também receberam "kits" de oferta.