Frio gélido obriga a mais apoios para sem-abrigo. Saiba como se proteger sem correr riscos
Baixas temperaturas devem manter-se até ao fim de semana. Pode nevar abaixo dos mil metros.
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Com os termómetros a caírem para temperaturas negativas em algumas regiões e o frio gélido a manter-se, pelo menos, até ao fim de semana, mais autarquias acionaram os planos de contingência para os sem-abrigo. A Comunidade Vida e Paz também confirmou ao JN que vai reforçar a distribuição de roupas e agasalhos nas ruas, além de manter a entrega de ceias.
O país está desde terça-feira em alerta amarelo e a partir de sexta-feira, no interior Norte e Centro, pode nevar em "zonas pouco habituais", abaixo dos mil metros de altitude, prevê a meteorologista Cristina Simões, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Não se trata, no entanto, explica, de uma onda de frio, pois as temperaturas mínimas (abaixo dos valores médios para a altura do ano) "não se mantêm seis dias consecutivos em todo o território". "Não estamos a atingir valores excecionais ou extremos e, por isso, ainda são valores normais", acrescenta.
Lisboa acionou ontem o plano de contingência tendo em conta a descida acentuada das temperaturas. As estações de metro do Rossio, Santa Apolónia e Oriente vão manter-se abertas durante a noite e o mercado do Campo de Santa Clara servirá refeições quentes e fará a triagem para locais de acolhimento de emergência.
Já no Porto, o plano foi acionado há uma semana. Nos centros de acolhimento de emergência estão 23 pessoas, tendo sido apoiadas um total de 40 e havendo ainda vagas disponíveis. A estação de metro dos Aliados tem recebido cerca de 18 pessoas por noite. Em Braga, o plano foi acionado sábado e vigora até quinta-feira, podendo ser prolongado. Por muitos sem abrigo rejeitarem dormir nos centros de acolhimento, as equipas de rua vão reforçar a distribuição de bebidas quentes, cobertores e roupa.
Corrida ao aquecedor
O frio terá ainda provocado uma corrida à compra de aquecedores. A cadeia Leroy Merlin confirma ao JN o aumento da procura nos últimos dias (entre 28 de dezembro e 3 de janeiro, face ao mesmo período do ano passado), "em média, superior a 50%", especialmente nos aquecimentos em biomassa (recuperadores e salamandras), móveis, elétricos fixos ou aquecimento central. Já o El Corte Inglés refere um "crescimento exponencial nas últimas semanas" que levou ao reforço de stock de alguns artigos. Os mais procurados são os aquecedores a gás e radiadores a óleo.
Saiba como se proteger sem correr riscos
Alerta
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil emitiu, na terça-feira, um aviso sobre o uso de aquecimentos por combustão (lareiras e braseiras), que podem causar intoxicação e até morte por inalação de dióxido carbono. Também alerta para os riscos de incêndios devido à má utilização das lareiras ou de avarias em circuitos elétricos e para a geada nas estradas.
Desligar aquecedor
Um dos conselhos da Proteção Civil é que desligue sempre, antes de ir dormir, todos os aquecimentos. Se tiver lareira ou braseiras, terá de ventilar a casa.
Camadas de roupa
Deve evitar a exposição prolongada ao frio e mudanças bruscas de temperatura. E manter o corpo quente através de várias camadas de roupa e proteger as extremidades com luvas, gorro e meias grossas.
Bebidas quentes
Deve ingerir sopas e bebidas quentes mas evitar as bebidas alcoólicas que proporcionam uma falsa sensação de calor, frisa a Proteção Civil no aviso emitido.