CDS diz que país está na "liga dos últimos" no combate à pandemia. PAN pede medidas "mais punitivas".
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Os partidos que foram ontem recebidos em Belém pelo presidente da República - com quem discutiram a crise sanitária, o Orçamento Suplementar e o Programa de Estabilização Económica e Social - criticaram a falta de "estratégia" do Governo para relançar a economia. CDS, PAN, PEV, Iniciativa Liberal (IL) e Chega exprimiram desilusão com algumas medidas, deixando também reparos à resposta à crise sanitária. O PAN pediu mesmo medidas "punitivas".
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Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS, disse que Portugal está "na liga dos últimos" no combate à pandemia e que são precisas medidas "mais restritivas", sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo. O democrata-cristão acrescentou que falta "clareza" ao Governo para transmitir ao país quais os comportamentos permitidos.
Rodrigues dos Santos insistiu que o Executivo tem enviado vários "sinais contraditórios", dando como exemplo o facto de terem sido autorizados espetáculos no Campo Pequeno, em Lisboa, mas as corridas de touros no mesmo local continuarem interditas.
Centeno ainda é tema
Para André Silva, líder do PAN, o estado de emergência acabou "cedo" e deu "uma falsa sensação de segurança" aos portugueses. O deputado , que falou ainda antes de conhecer as novidades anunciadas por António Costa, pediu "medidas um pouco mais restritivas e eventualmente também punitivas", de modo a limitar comportamentos "menos responsáveis".
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José Luís Ferreira, do PEV, considerou que o Governo está no "caminho correto" quanto à pandemia, mas disse ser "absolutamente imoral" que o Estado apoie empresas que não pagam impostos no país. O deputado também se demarcou da proposta do PAN para impedir a ida de Centeno para o Banco de Portugal, em discussão no Parlamento.
André Ventura, do Chega, disse que "Portugal não aguenta voltar atrás no desconfinamento" e criticou a "inexistência de uma estratégia efetiva" em matéria de economia. O deputado também manifestou "incómodo" por Mário Centeno ter delineado o Orçamento mas não o ir executar.
João Cotrim Figueiredo, da IL, disse que os dados da pandemia "não são suficientes" para perceber por que é que a situação em Lisboa é "tão diferente" da do resto do país. Acrescentou que o Orçamento suplementar "não tem qualquer espécie de visão ou estratégia", acusando o Governo de apenas ficar "à espera" do dinheiro de Bruxelas. Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa recebe os restantes partidos.
Ventura: protesto não é de supremacia branca
O líder do Chega, André Ventura, disse que a manifestação que está a promover para sábado em Lisboa "é de tudo menos de supremacia branca". Caso as novas medidas obriguem ao cancelamento do protesto, o deputado garante que este será remarcado. Mário Machado, um dos líderes da extrema-direita, apelou a que os skinheads se juntem à manifestação.