O candidato presidencial Gouveia e Melo confirmou, nesta quarta-feira, que almoçou com André Ventura em agosto, tal como jantou com Marques Mendes e com outras figuras do PS e PSD, noutras ocasiões, sem que isso fosse notícia. "O grande objetivo foi esclarecer as posições mútuas e chegámos à conclusão óbvia que não tínhamos interseções".
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Numa entrevista à SIC, o antigo militar voltou a sublinhar que é "o único candidato verdadeiramente independente" nas eleições do próximo ano e criticou a partidarização da corrida eleitoral, numa altura em que o líder do Chega, André Ventura, decidiu candidatar-se. "Não sei se estamos a concorrer para presidenciais ou para a segunda volta das legislativas. Está a haver uma partidarização, cada partido tem o seu candidato", salientou, para depois se declarar "tribuno de todos os portugueses e não de fações".
Para além das farpas lançadas aos seus concorrentes ligados aos partidos, lembrou figuras como Ramalho Eanes e Mário Soares, que "eram muito superiores ao seu espaço partidário". Ainda assim, saudou a entrada na corrida presidencial de mais um candidato e disse não estar preocupado com as sondagens que o dão em queda na intenção de voto e com a possibilidade de perder votos para o líder do Chega. "Não estou preocupado, porque não pertencemos ao mesmo espaço político. Não rejeito o voto de qualquer português, todos são igualmente importantes".
Sobre a própria orientação política, Gouveia e Melo colocou-se, tal com já tinha feito anteriormente, no centro. "Eu sou como a maior parte dos portugueses. Já votei muitas vezes no PS e outras no PSD, porque me situo ao centro. É aí que deve estar o Presidente da República, para esta equidistante de todas as fações. A independência garante um sistema mais justo e equilibrado".