O secretário de Estado da Saúde adiantou esta segunda-feira que não se deve antecipar cenários e apela antes à responsabilidade individual e coletiva contra a covid-19. António Lacerda Sales acrescentou que a vacina da gripe vai chegar para todos os que precisem dela.
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Na conferência de imprensa desta segunda-feira sobre o balanço da pandemia em Portugal, o secretário de Estado da Saúde falou sobre outra doença que tem preocupado muitos portugueses: a gripe sazonal. António Lacerda Sales comentou a falta de vacinas contra a gripe nas farmácias portuguesas e explicou que a distribuição é feita em tranches e não de forma abrupta. "É uma medida inovadora e complexa em contexto de pandemia. Apesar de tudo, vai correr bem", disse Lacerda Sales.
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O governante assinalou que começou esta segunda-feira a segunda fase da vacinação contra a gripe sazonal para pessoas com mais de 65 anos e doentes crónicos. Lacerda Sales disse que o Estado adquiriu este ano cerca de dois milhões de vacinas, sendo que a maior parte vai continuar a ser administrada nos centros de saúde. "Apelamos à serenidade, toda a gente que precisar vai ser vacinada", acrescentou.
Ciente da preocupação crescente com a pressão do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o secretário de Estado esclareceu que "apesar das dificuldades, o SNS está preparado para continuar a dar a resposta" aos doentes covid e não covid. "Já fizemos mais de três milhões de testes à covid-19 em Portugal e temos 798 camas em unidades de cuidados intensivos, das quais 250 dedicadas à covid, com uma ocupação de 66%, isto é, 165 doentes. A reserva nacional de EPI [equipamento de proteção individual] é hoje de 29 milhões de artigos", apontou Lacerda Sales.
No dia em que Portugal regista os 100 mil casos do novo coronavírus, desde o início da pandemia, Lacerda Sales afirmou que este não é o momento de "antecipar cenários". Um deles seria o estado de emergência. "O estado de emergência aplica-se quando a ameaça é de grande gravidade. Não estamos nessa fase", esclareceu o secretário de Estado.
O governante relembrou que as restrições impostas pelo estado de emergência são decisões que têm de ser fundamentadas e avaliadas com base em "suporte técnico". Lacerda Sales aconselha que antes de se antecipar cenários, deve imperar a responsabilidade individual e coletiva para combater a covid-19.
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Já Graça Freitas adiantou ainda que o período entre o aparecimento dos primeiros sintomas e o diagnóstico à covid-19 está a diminuir e situa-se agora nos três dias. "É uma boa notícia, porque as pessoas não andam a infetar outras durante este período", disse a diretora-geral da Saúde.
Questionada sobre as faixas etárias onde têm sido registados mais casos do novo coronavírus, a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) reconhece que os mais novos são atualmente os mais afetados pela doença. Porém, Graça Freitas acrescenta que "há uma grande transmissão comunitária em todas as faixas etárias".
O regresso às aulas presenciais não representa, para já, um aumento do número de infetados, explicou Graça Freitas na conferência de imprensa da DGS. A maioria dos alunos contrai o vírus na comunidade, muitas vezes em contexto familiar e social.
Portugal registou esta segunda-feira mais 1949 casos do novo coronavírus e mais 17 vítimas mortais. No total, desde o início da pandemia, morreram 2198 pessoas com covid-19 e 101860 foram infetadas.